Quase 20 anos após a descoberta da estrutura do DNA (ácido desoxirribonucleico, molécula em forma de dupla hélice que é a base da hereditariedade), em 1953, o bioquímico norte-americano Paul Berg conseguiu combinar, em 1972, duas moléculas de DNA em laboratório, criando a técnica do DNA recombinante. Embora seja um avanço inestimável da ciência, o DNA recombinante nada mais é que a sequência de DNA obtida pela reunião artificial de trechos de DNA que não estão juntos em um material genético herdado.
Uma das primeiras aplicações comerciais da biotecnologia na saúde é também uma das mais úteis: em 1978, cientistas dos Estados Unidos conseguiram produzir, em laboratório, insulina humana por meio de microrganismos transgênicos. O gene da insulina humana foi inserido na bactéria Escherichia coli (um bacilo Gram-negativo que habita o intestino do homem e de alguns animais), que passou a sintetizar essa proteína.
Até a década de 1980, a insulina era extraída do pâncreas de bois e porcos e, frequentemente, causava alergias em humanos. De lá para cá, pacientes diabéticos no mundo inteiro se beneficiaram da insulina recombinante, que tornou essa proteína mais segura e aumentou a eficiência dos tratamentos.