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COP 27: como o agro brasileiro poderá contribuir?

Saiba o que o agro brasileiro tem para mostrar na COP 27, o grande evento das Nações Unidas sobres Mudanças Climáticas de 2022.

 Segundo um documento divulgado na COP-27 (Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), o período entre 2015 e 2022 deve ser o intervalo de oito anos mais quente já registrado na história. Além de mostrar que as concentrações de gases de efeito estufa atingiram níveis recordes em 2021, o relatório apontou que os desastres climáticos afetaram milhões e custaram bilhões no ano passado.

 O tema é angustiante, sem dúvida. Diante dele, não faltam perguntas. O que podemos fazer? Quais são as contribuições de cada país para não deixarmos esse problema avançar? Como o agro brasileiro fica diante disso?

 Quer saber? Siga lendo, reunimos informações por aqui que irão deixar a sua visão mais clara.

O que você precisa saber sobre a COP 27, a grande Conferência da ONU sobre mudanças climáticas

Todos os anos a Organização das Nações Unidas (ONU) vem reunindo quase todos os países do planeta para cúpulas climáticas globais, as chamadas “COPs”. Nas COPs os países discutem medidas de alcance de metas climáticas coletivas do mundo. Esse evento ocorre anualmente em desde 1994 após um tratado adotado na ECO-92 no Rio de Janeiro entrar em vigor.

Neste ano, mais especificamente nesta semana, está acontecendo a 27ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP 27), em Sharm El-Sheikh, no Egito.

Na COP 27 espera-se que que as nações demonstrem que estão em uma nova era de implementação, uma vez que as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC – Nationally Determined Contribution – em sua sigla em inglês) das Partes que compõem o Acordo de Paris começaram a ser contabilizadas a partir de 2021.

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Um encontro com mais dificuldades na pauta

A COP 27 está acontecendo em um momento muito delicado e demanda muita atenção por conta dos impactos causados pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, além das consequências da pandemia de covid-19, aumentando a preocupação em relação a crise energética e a insegurança alimentar global.

Sem deixar de falar nos impactos provocados pelas mudanças climáticas que causam prejuízos para a agricultura em diversas regiões do mundo.

Diante desse cenário, como o agro brasileiro pode se posicionar durante COP 27? E qual a sua contribuição para ajudar a proteger o futuro do nosso planeta?

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Dentre as ideias de contribuição do agro do Brasil a serem defendidas está o financiamento para projetos que protegem o meio ambiente e o melhor aproveitamento do mercado de carbono para garantir vantagem competitiva ao país.

São cinco os temas para o Brasil apresentar durante a COP 27 que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entregou para o governo federal no último mês. Entre eles está a nova meta quantificada de financiamento climático; mecanismos focados em adaptação; adoção do plano de ação para a agricultura; a operacionalização dos mecanismos do mercado de carbono e as recomendações de ordem geral aos negociadores brasileiros.

Imagem que mostra lavoura de soja próxima a floresta preservada.

É esperado que os mecanismos de financiamento como o Fundo Verde Clima (GCF – Green Climate Fund, na sigla em inglês), o Fundo de Adaptação e outros mecanismos oficiais da convenção permitam e promovam a elaboração e execução de projetos que verdadeiramente reduzam as emissões de forma economicamente viável.

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O governo brasileiro acredita que o agro pode ser parte da solução para o combate às mudanças climáticas e insegurança alimentar no planeta, por aliar um modelo de produção baseado em tecnologia, com equilíbrio ambiental e inclusão social. E a COP 27 é um importante momento para o Brasil apresentar a produção sustentável que vem adotando desde a implantação do Código Florestal Brasileiro de 2012.

Imagem aérea mostrando o curso do rio Jamanxim, na porção paraense da floresta amazônica.

O Código Florestal é uma das legislações ambientais mais rígidas do mundo onde se estabelece que todas as propriedades tenham uma área mínima de reserva de vegetação nativa. Também determina as regras para a exploração das florestas e o controle e prevenção dos incêndios florestais.

Metas ambiciosas foram apresentadas na última COP

Em 2021, quando aconteceu a COP 26 em Glashow, o Brasil apresentou o Plano ABC+, com o objetivo de expandir a adoção das atividades listadas no antigo Plano ABC, adotando tecnologias e práticas descarbonizantes para 72,8 milhões de hectares e assim mitigar cerca de 1,1 bilhão de toneladas de carbono até 2030.

Uma dessas práticas, por exemplo, é a recuperação de pastagens degradadas, onde é possível produzir carne ao mesmo tempo em que se recupera solos, favorecendo sua fertilidade, conservando água e incrementando a captura de carbono.

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Outra prática é a integração lavoura, pecuária e florestas (iLPF) que representa a união de um conjunto de práticas de cultivos agrícolas com pecuária e florestas plantadas. A diversificação da produção em uma mesma área, reduz emissões e potencializa um ganha-ganha entre mitigação e adaptação.

Além disso, foram incorporadas ao programa, novas atividades como adoção de bioinsumos e expansão de áreas irrigadas.

O Brasil como celeiro de energia limpa

Outra contribuição a ser apresentada pelo Brasil na COP 27 é o compromisso de ser fonte de energias renováveis para o planeta. Com o potencial de energias verdes que se pode produzir no Brasil, seja solar, eólica e biomassa, o país tem buscado ampliar suas formas alternativas de produção de energia para além da hidráulica. E isso nos posiciona como um precursor na produção de energia renovável e sustentável.

Enquanto mais de 80% da energia utilizada no mundo é proveniente de fontes não renováveis, no Brasil esse percentual cai para 48,4%. A principal fonte é a biomassa de cana-de-açúcar, que resulta de Políticas como o RenovaBio, um programa brasileiro que incentiva o aumento da produção e da participação de biocombustíveis na rede de transportes do país.

Com essa potencialidade e com as novas tecnologias que estão surgindo, o Brasil pode ser um grande produtor, consumidor e exportador de energia para o mundo todo nesse processo de transição energética mundial.

 

Principais fontes:

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Governo Federal recebe documento com propostas do setor agropecuário para COP27. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias-2022/governo-federal-recebe-documento-com-propostas-do-setor-agropecuario-para-cop27 Acesso em: 03 nov. de 2022.

Posicionamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) frente às negociações da 27ª Conferência das Partes da Convenção-quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima COP27 – UNFCCC – Sharm El-Sheikh – Egito. Disponível em: https://www.cnabrasil.org.br/storage/arquivos/carta_posicao_ministros_web.pdf Acesso em: 03 nov. de 2022.

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