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Finanças sustentáveis: um avanço para a agricultura sustentável

Conheça mais sobre finanças sustentáveis e de que forma esse tema está relacionado à sustentabilidade da produção agrícola no país.

Quando pensamos em finanças, é difícil imaginar de que maneira esse assunto possa estar relacionado à sustentabilidade. Pois saiba que é um tema que vem sendo bastante explorado pelo mercado financeiro e, os ativos capazes de contribuir com o desenvolvimento sustentável têm atraído cada vez mais investidores.

Há algum tempo o mercado financeiro passou a se preocupar com o que acontece com o meio ambiente e com as questões sociais. E essa esfera do mercado faz parte de uma área conhecida como finanças sustentáveis.

Talvez você já tenha ouvido falar sobre assunto, mas se ainda não conhece, vamos defini-lo e ainda esclarecer de que forma esse tema pode interferir na sustentabilidade da agricultura.

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O que são finanças?

O termo “finanças” é definido como a arte e a ciência da gestão do dinheiro. Como todos sabemos, o dinheiro faz parte do nosso dia a dia, assim como das organizações que compõem a nossa sociedade.  Com isso, todos os processos associados à transferência de recursos financeiros entre pessoas, instituições, empresas e organizações governamentais de uma sociedade estão ligados às finanças.

Mas o que são finanças sustentáveis?

São consideradas finanças sustentáveis aquelas que integram os aspectos de sustentabilidade ao mercado financeiro. Elas contribuem para a mitigação dos riscos ASG (Ambientais, Sociais e de Governança) e o desenvolvimento de uma economia sustentável.

Esquema gráfico de um panorama de finanças sustentáveis, mostrando os setores integrados às iniciativas do desenvolvimento sustentável, como economia, meio ambiente, social e governança. Destaca também, iniciativas relacionadas à mitigação ou adaptação às mudanças climáticas. Nesse caso, os modelos de financiamento: tradicional; de baixo carbono; climático; verde; socioambiental e sustentável.

Logo, as finanças sustentáveis compreendem qualquer operação financeira que integre critérios de sustentabilidade nas suas características, promovendo benefícios sociais, ambientais ou de governança.

Nessa perspectiva, os mercados de capitais e de crédito viabilizam o incentivo à alocação de recursos nacionais e internacionais em projetos e ações que promovam a sustentabilidade. Em outras palavras, podem direcionar capitais privados para investimentos que apoiem atividades com impactos ambientais positivos, como projetos de geração de energia renovável, adaptação e mitigação das mudanças climáticas, saneamento básico, restauração florestal, entre outros. Esses instrumentos também são conhecidos como financiamento verde como os títulos verdes, ou Green Bonds e os créditos verdes.

A atuação do país na economia tanto para regular como para incentivar investimentos considera a Agenda 2030 e seus Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), recentemente atualizados na COP26. A junção de esforços dos setores público e privado na mobilização de investimentos verdes vem ganhando elevada importância. Assim, espera-se que o setor privado aumente a participação no total de investimentos.

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Com a pandemia, conflitos na Europa, aumento da inflação e mudanças climáticas afetando o mundo, as empresas são cada vez mais pressionadas por seus clientes, investidores e pela sociedade como um todo a se preocuparem com as questões ambientais e sociais. Nesse cenário, temas que se encontram na agenda ESG – Environmental, Social and Governance, defendem que as ações das empresas sejam direcionadas à preservação do meio ambiente, à sustentabilidade e ao desenvolvimento de estratégias financeiras capazes de investir em um futuro sustentável.

A agricultura está diretamente relacionada às finanças sustentáveis

Na agricultura, os instrumentos financeiros sustentáveis podem apoiar significativamente o aumento da produtividade e, consequentemente, o uso mais eficiente da terra. Ou ainda a mitigação dos gases do efeito estufa (GEE). Por exemplo, no setor agropecuário, esse apoio pode ser observado quando um produtor recebe um empréstimo para investir em tecnologias ou em gestão para diminuir suas emissões de carbono. E ainda, se o produtor pretende reduzir um percentual maior, ele poderá receber um incentivo financeiro representado por diminuição das taxas de juros desse empréstimo.

No Brasil, o crédito rural é o principal instrumento político utilizado pelo governo para estimular e influenciar a produção dos agricultores e pecuaristas. De 2019 a 2020, os bancos brasileiros concederam cerca de 53,28 bilhões de USD em empréstimos rurais aos agricultores.

Para garantir a correta utilização do crédito rural, o Banco Central do Brasil (BCB) efetua uma série de verificações, sendo uma delas a regularização do imóvel rural no Cadastro Ambiental (CAR).  Além disso, a Resolução BCB nº 140/2021 restringe o crédito rural a clientes que praticam atividades ilegais como, desmatamento, invasão de áreas protegidas, trabalho análogo ao escravo entre outros impedimentos.

Qual a situação do Brasil no setor?

O Brasil conta com o maior setor financeiro da América Latina, liderando a concessão de empréstimos verdes e na emissão de títulos verdes na região.  Tudo isso gera maior dinamismo e criação de oportunidades para a geração de emprego e renda.

O país também liderou em quantidade e volume de emissões de títulos e empréstimos ambientais e/ou sociais na América Latina, atingindo novos recordes de captação no valor de USD 15,8 bilhões (aproximadamente 85 bilhões de reais) somente em 2021, uma alta de 531% em comparação ao ano de 2019, levando a indústria dos “títulos sustentáveis” a um estoque de quase USD 28,0 bilhões.

Bioeconomia, empregando soluções disruptivas para uma sociedade sustentável

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O crescimento exponencial revela que estamos na direção certa, mas podemos fazer mais. Produzir em biomas como Cerrado e Amazônia de forma sustentável é um ativo global que pode atrair investidores que querem investir com impacto positivo, tanto social como ambiental.

O Brasil possui capacidade de sustentar estratégias de descarbonização, como o Código Florestal, o Licenciamento Ambiental e a Lei de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), reforçando a sua potencialidade por uma bioeconomia de alto valor agregado com base nos seus biomas.

Além disso, os biomas brasileiros podem armazenar moléculas naturais que ainda são desconhecidas pela ciência e com potencial de tratamento de doenças graves como câncer e as doenças do sistema nervoso central. Por meio do movimento ESG, poderemos trazer recursos para o país e viabilizar todos esses potenciais.

 

Principais fontes:

Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (ABRAMPA). Finanças Sustentáveis: ESG, Compliance, Gestão de Riscos e ODS. Disponível em: https://www.cnmp.mp.br/portal/images/noticias/2021/dezembro/Financas_sustentaveis_final.pdf Acesso em: 05/07/2022.

Finanças Brasileiras Sustentáveis (FiBraS). O mercado de finanças sustentáveis no Brasil em 2022. Disponível em: https://labinovacaofinanceira.com/wp-content/uploads/2022/03/FiBraS-Mercado-FinSustentaveis_2022.pdf Acesso em: 05/07/2022.

Finanças Brasileiras Sustentáveis (FiBraS). Disponível em: https://www.giz.de/en/downloads/giz2020-pt-financas-brasileiras-sustentaveis.pdf Acesso em: 05/07/2022.

Gitman, L. J. (2010). Princípios de administração financeira (12a. ed.). São Paulo: Pearson Educación.

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