Agricultura regenerativa é aliada na conservação do solo
Dia Nacional da Conservação do Solo levanta debates sobre como agricultura moderna pode se alinhar a pautas sustentáveis
Nesta segunda-feira (15) é celebrado o Dia Nacional da Conservação do Solo, data que cria oportunidades de debates sobre a importância do solo, da utilização adequada e preservação dos recursos naturais, temas diretamente ligados à agricultura. Em resumo, a conservação do solo se refere a um conjunto de práticas que buscam preservar e proteger a qualidade da terra para garantir sua sustentabilidade a longo prazo.
Nos últimos anos, muito se avançou em tecnologias para uma agricultura sustentável e coerente com as demandas globais. O Brasil, em especial, conseguiu tornar sua produção agrícola mais produtiva e sustentável nas últimas quatro décadas, prezando, assim, para uma maior conservação dos recursos naturais e diminuição da extensão da área de plantio.
“A agricultura brasileira tem se alinhado cada vez mais com as agendas globais de sustentabilidade, sem excluir a crescente demanda por alimentos. Atualmente, não podemos mais pensar em agro sem levar em consideração a necessidade de preservação do meio ambiente e, para isso, as tecnologias agrícolas são grandes aliadas. A conservação do solo é de extrema importância não só para garantir a qualidade de nossa produção atual, mas também quando pensamos nas futuras gerações e no crescimento da demanda por alimentos. Plantamos hoje pensando no futuro”, comentou Eduardo Leão, presidente e CEO da CropLife Brasil.
Dentro disso, a agricultura regenerativa é uma prática cada vez mais empregada no Brasil. A técnica contribui para a reabilitação e conservação de sistemas produtivos e alimentares, com foco principal na regeneração e conservação do solo, e se baseia na utilização de práticas agrícolas sustentáveis com uma visão em prol não apenas da produção de alimentos, mas também na recuperação e regeneração dos sistemas produtivos.
A prática consiste em uma agricultura de baixo impacto que busca a menor interferência possível de todo o sistema de produção de alimentos agrícolas, incluindo as comunidades rurais e os consumidores e leva em conta aspectos econômicos, questões ecológicas e éticas. Para isso, utiliza técnicas como rotação de culturas ou cultivo sucessivo de mais de uma espécie na mesma área, adoção de plantas de cobertura, redução de arado no solo, produção de mais de um alimento na mesma área (Integração-Lavoura-Pecuária-
“A agricultura regenerativa não é uma prática nova, mas suas técnicas são cada vez mais empregadas na agricultura moderna. O crescente debate e preocupação por sustentabilidade no campo colaboram para o avanço de tecnologias que buscam aumentar a produção de alimentos ao mesmo tempo que preserva recursos naturais, como solo e água. O aumento na adesão de insumos agrícolas biológicos é essencial para a promoção e conservação de saúde dos solos. Com o avanço da integração de tecnologias e técnicas modernas, conseguimos garantir cada vez mais uma agricultura que preze não só pela produção de alimentos, mas também pela preservação ambiental”, compartilhou Arthur Gomes, diretor executivo da CropLife Brasil.
Na agricultura moderna muitos dos manejos agrícolas difundidos para as grandes plantações de soja, milho, cana-de-açúcar, eucalipto, café, laranja e outras grandes culturas têm empregado estratégias que se conectam com a agricultura regenerativa. Um exemplo é a implementação de dispositivos digitais para monitoramento da lavoura, ajudando no uso racional de água, defensivos e outros insumos. Os sistemas de irrigação também são fundamentais para a conservação e o uso racional da água no campo. A adoção desse tipo de tecnologia permite melhor uso da terra, aumento de produtividade e produção de alimentos durante todo o ano.