Não. Se considerarmos os grandes países produtores agrícolas competitivos (EUA, União Europeia, Argentina, Canadá, Rússia e Brasil), o Brasil é o único país com características de clima tropical e subtropical, apresentando uma biodiversidade muito mais rica. O calor e a umidade típicos dessas regiões propiciam uma incidência de pragas e doenças significativamente maior em comparação aos países de clima temperado, que se beneficiam do clima frio e da neve, que quebram o ciclo das pragas e doenças, matando grande parte da população durante a entressafra.
Para comparar o consumo de pesticidas entre países é necessário considerar que o Brasil produz duas (ou até três) safras em muitas regiões agrícolas. Quando contabilizam o volume de pesticidas comercializados considerando apenas a área plantada na primeira safra, se cria uma distorção. O fato é que na mesma área total cultivada no Brasil, que foi de 66 milhões de hectares em 2021 (1ª safra), o país volta a produzir, no mesmo espaço e no mesmo ano agrícola, mais 27 milhões de hectares (2ª safra), o que totalizaria 93 milhões de hectares de cultivo. Ao considerar a área total de produção (que é o correto), o uso de pesticidas no Brasil em 2021 é de 7,71 kg por hectare, o que coloca o país na 29ª posição, atrás de países de produção agrícola relevante como China, Japão, Holanda, Colômbia, Chile, Uruguai e Costa Rica, entre outros,
Ao analisar o valor dos pesticidas consumidos em diferentes países normalizados pela área cultivada (B) e pela produção agrícola (C), constata-se que o Brasil está próximo a média mundial e, portanto, “NÃO É O PAÍS QUE MAIS CONSOME AGROTÓXICOS NO MUNDO”.
