Sim. As culturas geneticamente modificadas para resistência a insetos – ou Bt, como são conhecidas – podem ter sua eficácia tecnológica comprometida pela seleção de insetos resistentes que são inicialmente raros entre a população da praga-alvo, mas capazes de sobreviver nessas plantações Bt, tornando-se maioria após algumas gerações se não forem adotadas algumas medidas específicas de manejo. Por isso, táticas que busquem retardar a evolução da resistência são essenciais para a durabilidade dessa tecnologia. Para tanto, é preciso que haja o engajamento de produtores agrícolas de todo o país na correta utilização da biotecnologia.
As boas práticas agronômicas em culturas Bt contemplam estratégias como: uso de sementes certificadas, tratamento com inseticidas, adoção de áreas de refúgio (plantio de parte da lavoura com variedades não transgênicas de igual porte e ciclo próximas à área da cultura Bt), dessecação antecipada, controle eficiente de plantas daninhas, monitoramento de pragas para verificar a necessidade de aplicações complementares de inseticidas e, sempre que possível, rotação de culturas.
A rápida adoção das sementes Bt no Brasil é reflexo da eficiência dessa tecnologia no controle de insetos indesejados. A manutenção do desempenho previsto, porém, está totalmente vinculada à aplicação de boas práticas, para que os produtores protejam não apenas o seu investimento, mas também a produtividade das culturas Bt.