A Realidade no campo

Neste espaço, a CropLife Brasil pretende desvendar os principais mitos e revelar fatos sobre o setor agrícola. O objetivo é oferecer conhecimento técnico, baseado em evidências, para fornecer informações relevantes sobre a agricultura e, assim, combater a desinformação.

Os conteúdos disponibilizados em todo o site da CropLife Brasil são baseados em dados oficiais, levantamentos de órgãos públicos e pesquisas realizadas pela academia, setor e empresas. Ao combater as fake news, reforçamos a capacidade de construir um futuro fundamentado em fatos, com responsabilidade e confiança, além de promover diálogos cada vez mais saudáveis, de modo a impedir narrativas enganosas capazes de influenciar decisões políticas e sociais.

Germoplasma

O DESENVOLVIMENTO DE UMA CULTIVAR PODE LEVAR ATÉ 10 ANOS

SEMENTES PIRATAS REPRESENTAM UM PREJUÍZO NA ORDEM DE R$ 2,44 BILHÕES POR ANO

NÃO EXISTEM FORMAS DE IDENTIFICAR SEMENTES PIRATAS

Biotecnologia

ALIMENTOS TRANSGÊNICOS CAUSAM CÂNCER

TRANSGÊNICOS SÃO ROTULADOS PORQUE APRESENTAM PERIGOS PARA A SAÚDE

TRANSGÊNICOS ESTÃO AUMENTANDO O PREÇO DOS ALIMENTOS

Químicos

BRASIL É O PAÍS QUE MAIS CONSOME AGROTÓXICOS NO MUNDO

ALIMENTOS TÊM ALTOS ÍNDICES DE AGROTÓXICOS

OS CULTIVOS AGRÍCOLAS COMPETEM COM 30 MIL ESPÉCIES DE PLANTAS DANINHAS, 10 MIL ESPÉCIES DE INSETOS, 100 MIL ESPÉCIES DE FUNGOS E 4 MIL ESPÉCIES DE NEMATOIDES.

Bioinsumos

OS PRODUTOS BIOLÓGICOS VÃO SUBSTITUIR OS DEFENSIVOS QUÍMICOS?

BIOINSUMOS CAUSAM DESEQUILIBRIO AMBIENTAL

PRODUTOS BIOLÓGICOS NÃO SÃO EFICAZES CONTRA PRAGAS E DOENÇAS?

Rolar para cima

O DESENVOLVIMENTO DE UMA CULTIVAR PODE LEVAR ATÉ 10 ANOS

VERDADE – O tempo necessário para desenvolver uma nova cultivar, bem como seu custo, varia conforme o objetivo e espécie escolhida. Em média, são necessários 10 anos, dos quais 8 são dedicados ao processo de melhoramento e 2 aos testes oficiais para aprovação. Vale destacar que o Brasil possui uma vantagem nesse processo devido à possibilidade da segunda safra, o que pode acelerar as fases de avaliação e testes em campo.

SEMENTES PIRATAS REPRESENTAM UM PREJUÍZO NA ORDEM DE R$ 2,44 BILHÕES POR ANO

VERDADE – O mercado de sementes piratas é caracterizado pela utilização de sementes colhidas em áreas não registradas no Sistema de Gestão Fundiária (MAPA), sem garantia de qualidade sanitária e fisiológica. Por serem produtos ilegais, não recolhem tributos nem royalties, não têm garantias, nem documentação fiscal, e não há responsáveis por eventuais prejuízos. Lavouras plantadas com sementes piratas são menos resistentes a pragas, doenças e adversidades climáticas, exigindo maior uso de defensivos, o que eleva o custo de produção e aumenta o risco de quebra na safra. As culturas mais afetadas pelas sementes piratas são soja, milho, trigo e aveia.

NÃO EXISTEM FORMAS DE IDENTIFICAR SEMENTES PIRATAS

MITO – Existem várias maneiras de identificar a origem das sementes. As principais características dos produtos ilegais incluem embalagem (utilização de sacos brancos reutilizados, normalmente sem identificação, ou em big-bags), produto (grãos limpos, beneficiados e classificados por calibre ou tamanho), ausência de nota fiscal ou sementes discriminadas como grãos comerciais ou sementes para uso próprio e identificação manual.

ALIMENTOS TRANSGÊNICOS CAUSAM CÂNCER

MITO – Não há evidência científica de que alimentos transgênicos possam causar doenças como câncer em seres humanos ou animais. A segurança desses produtos é avaliada por diferentes cientistas e organizações independentes em todo o mundo. Os resultados apontam que alimentos geneticamente modificados (GM) não oferecem mais risco à saúde humana que as variedades não GM. Nos últimos 20 anos, não foi relatado nenhum caso de doença a partir do consumo de alimentos transgênicos no mundo, e não há evidências científicas que suportem hipóteses de que isso ocorra no futuro.

TRANSGÊNICOS SÃO ROTULADOS PORQUE APRESENTAM PERIGOS PARA A SAÚDE

MITO – A rotulagem dos alimentos transgênicos varia conforme as regulamentações de cada país. Nos locais onde a rotulagem é obrigatória, é feita para informar o consumidor, não porque os produtos são perigosos. A segurança dos transgênicos é avaliada antes de sua comercialização.

TRANSGÊNICOS ESTÃO AUMENTANDO O PREÇO DOS ALIMENTOS

MITO – Apesar de o custo dos alimentos ser afetado por vários fatores, como a seca, o excesso de chuvas e o preço do petróleo (por conta do transporte), os transgênicos assumem o importante papel de manter os preços dos produtos no patamar mais baixo possível. Isso porque a tecnologia adotada para cultivo desses alimentos contribui para o aumento da produtividade e a redução do custo de produção

BRASIL É O PAÍS QUE MAIS CONSOME AGROTÓXICOS NO MUNDO

MITO – Comparar apenas o volume total de agrotóxicos utilizados por ano nos países sem normalizar pela área cultivada e a produção agrícola traz uma visão distorcida e equivocada. Por ser um dos maiores mercados para produção e exportação agrícola do mundo, seria estranho se o Brasil não fosse um dos maiores consumidores de insumos agrícolas em quantidade absoluta. No entanto, ao analisar o valor dos pesticidas consumidos em diferentes países normalizados pela área cultivada e pela produção agrícola, constata-se que o Brasil está próximo à média mundial e, portanto, não é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo.

ALIMENTOS TÊM ALTOS ÍNDICES DE AGROTÓXICOS

MITO – Relatório do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023, indica que alimentos que fazem parte da dieta básica no Brasil são seguros quanto aos potenciais riscos de intoxicação aguda e crônica. De acordo com o documento, que avaliou os ciclos de 2018/2019 e 2022, “foi baixa a ocorrência de situações de exposição dietética a resíduos de agrotóxicos em concentrações que pudessem levar a efeitos adversos à saúde, do ponto de vista agudo.” Em relação à avaliação da exposição crônica, o relatório, que apresentou dados de monitoramento do período de 2013 a 2022, “não identificou extrapolação da Ingestão Diária Aceitável (IDA) para nenhum dos agrotóxicos avaliados.”

OS CULTIVOS AGRÍCOLAS COMPETEM COM 30 MIL ESPÉCIES DE PLANTAS DANINHAS, 10 MIL ESPÉCIES DE INSETOS, 100 MIL ESPÉCIES DE FUNGOS E 4 MIL ESPÉCIES DE NEMATOIDES.

VERDADE – De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), até 40% da produção agrícola é perdida no mundo devido ao ataque de pragas, dando conta da importância do uso de pesticidas (químicos e biológicos) para minimizar tais perdas e garantir a segurança alimentar. E as ameaças não param quando as culturas deixam os campos insetos, mofo e roedores podem causar danos no armazenamento. Os defensivos agrícolas podem prolongar a vida das plantas e conservar a biodiversidade nas lavouras. (Fonte: BOGIANI, Julio, Embrapa Algodão. ARAUJO, Clenio, Embrapa Milho e Sorgo. BASTOS, Fabiano Marques Dourado, Embrapa Cerrados. DAFF Archive, Bugwood.org.)

OS PRODUTOS BIOLÓGICOS VÃO SUBSTITUIR OS DEFENSIVOS QUÍMICOS?

MITO – Embora os produtos biológicos ofereçam uma alternativa sustentável e menos nociva para o controle de pragas e doenças, é improvável que substituam completamente os defensivos químicos. A tendência é que ambos sejam usados de forma complementar em práticas de manejo integrado de pragas (MIP), promovendo uma agricultura mais sustentável.

BIOINSUMOS CAUSAM DESEQUILIBRIO AMBIENTAL

MITO – Os bioinsumos, quando utilizados corretamente, geralmente têm um impacto ambiental menor em comparação aos defensivos químicos. Eles são desenvolvidos para serem específicos para as pragas-alvo, reduzindo assim o risco de efeitos adversos em outras espécies e no ecossistema. Além disso, possuem baixa toxicidade à saúde e ao meio ambiente. No entanto, o uso inadequado ou excessivo de qualquer insumo, biológico ou químico, pode causar desequilíbrios.

PRODUTOS BIOLÓGICOS NÃO SÃO EFICAZES CONTRA PRAGAS E DOENÇAS?

MITO – Produtos biológicos podem ser altamente eficazes no controle de pragas e doenças quando utilizados corretamente. Eles atuam de diferentes maneiras, como parasitando, predando ou competindo com organismos nocivos, e podem ser uma parte crucial de estratégias de manejo integrado de pragas. A eficácia dos produtos biológicos depende de fatores como a seleção correta do produto, o conhecimento das condições ambientais e a integração com outras práticas agrícolas.