Protagonismo brasileiro na adoção de bioinsumos insere o país nas discussões em torno das agendas climática e verde global
Em encontro latino-americano de produtos biológicos agrícolas, CropLife Brasil ressalta a liderança brasileira e o papel do setor no atendimento às metas para o clima e para a biodiversidade do planeta
Com uma taxa média anual de crescimento de 21% – quatro vezes acima da média global – e um potencial de quase o dobro, se comparado ao Hemisfério Norte – podendo movimentar até 2030 cerca de US$ 3 bilhões –, o Brasil se consolida como protagonista no mercado mundial de bioinsumos agrícolas. Além do fator econômico, o papel dos produtos biológicos também é crucial no atingimento das metas climáticas e de biodiversidade do país.
Estes foram dois dos temas debatidos no Biocontrol & Biostimulants LATAM, evento internacional realizado de 29 e 31 de julho, no Royal Palm Hall, em Campinas (SP). O encontro reuniu importantes players do setor, como indústria, reguladores e investidores, em torno dos desafios e do futuro dos produtos biológicos agrícolas no continente americano. O evento foi uma realização da New AG International, em conjunto com a CropLife Brasil.
Eduardo Leão, presidente-executivo na CropLife Brasil, abriu a conferência com dados do mercado brasileiro, que cresceu 15% na safra 2023/2024, em comparação à safra anterior. Os bioinsumos registraram vendas de R$ 5 bilhões, considerando o preço final para o agricultor. “O resultado reforça a liderança do país na adoção dessa tecnologia, especialmente em culturas de larga escala, e o potencial de se tornar uma plataforma de exportação, especialmente para países de agricultura tropical,” declarou Eduardo Leão.
“O Brasil é o único país capaz de crescer no mercado de controle biológico em uma taxa duas vezes maior se comparada ao Hemisfério Norte e a União Europeia, podendo chegar movimentar até 2030 cerca de US$ 3 bilhões em controle biológico.” Os dados são do relatório global da consultoria Dunham Trimmer, apresentado no evento. De acordo com Mark Trimmer, o Brasil está impulsionando o crescimento global por meio do sucesso em cultivos em linha com biocontrole, especialmente microbiano.
O diretor-executivo e de Sustentabilidade na CropLife Brasil, Arthur Gomes, defendeu a participação da agricultura brasileira na agenda climática e usou como exemplo a utilização de produtos biológicos. “O atendimento às metas climáticas caminha em sintonia com a adesão de bioinsumos e melhora da reputação do país para a agenda verde global. A aposta nos planos de Agricultura de Baixo Carbono, ABC e ABC+, é uma forma de debater e comprovar o sistema de agricultura regenerativa,” explica Arthur Gomes.
Gisele Perjessy, coordenadora regulatória de Produtos Biológicos na CropLife Brasil, apresentou o Manual de Qualidade de Bioinsumos Agrícolas, lançado recentemente, com recomendações técnicas para a indústria. A publicação é a primeira dedicada exclusivamente às Boas Práticas de Fabricação de bioinsumos. “A iniciativa reflete o compromisso com a qualidade e a inovação, ao mesmo tempo em que apoia as indústrias empenhadas em alcançar a excelência e a sustentabilidade,” comentou Gisele Perjessy.
Além dos painéis e debates, que incluíram apresentações técnicas e discussões em torno da regulamentação de produtos biológicos na América Latina, houve também espaço para que empresas e fornecedores divulgarem portfolios. Algumas associadas à Câmara de Bioinsumos da CropLife Brasil como Elemental Enzymes, Lallemand, Novonesis e Agrocete, assim como representantes da France Business, ligada à Embaixada da França no Brasil, que participaram a convite da CLB, marcaram presença no interior paulista.
(Fotos: Divulgação CLB)