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Nutrientes do solo são o alimento para as plantas

Como os humanos, as plantas têm necessidades básicas que precisam ser atendidas e para se desenvolverem. Os nutrientes requisitados, constantemente, pelos vegetais podem ser agrupados em macronutrientes e micronutrientes do solo. 

A diferença entre esses dois grupos de nutrientes é bastante simples: os macronutrientes são necessários em maiores quantidades do que os micronutrientes. Isso mesmo, esses grupos não são definidos como macro e micro por importância. A definição de macro e micronutrientes se dá pela quantidade do elemento químico que será necessária na fisiologia das plantas.

Planta também “come”

Todos nós já tivemos um vaso de planta que quando foi comprado estava cheio de vitalidade e saúde. Não é mesmo?!

Você pode ter feito sua parte e regado regularmente: nem muito, nem pouco, e cuidado para que não houvesse pragas e doenças. Por algum tempo a planta estava lá saudável e bonita. Mas, depois de alguns meses ela começou a murchar e, por fim, morreu. Por quê? Falta de cuidados com o solo.

Existem 17 nutrientes que são conhecidos por serem essenciais para o crescimento das plantas e cada um desses nutrientes são necessários em diferentes quantidades.

Fazendo uma analogia, pense no solo como sua geladeira: você precisa estocá-lo com itens essenciais para mantê-lo abastecido (rico, saudável e em movimento). E assim como você consome e reabastece os itens da sua geladeira, o agricultor também precisa repor os nutrientes do solo. 

O solo é a geladeira das plantas. Nele estão presentes quase a totalidade dos nutrientes (14) necessários para a sobrevivência dos vegetais. Seja em um vaso ou em uma lavoura, o solo é a principal parte do sucesso de ter uma flor bem linda em casa ou de um alto rendimento da lavoura.

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Conforme as plantas vão consumindo esses nutrientes, ou eles são levados pela chuva, o solo vai perdendo seu estoque, e é preciso reabastecê-lo. Esse reabastecimento é feito por meio da adubação, além da manutenção da matéria orgânica.

A matéria orgânica nos solos é formada a partir de restos de vegetação, animais e organismos do solo. À medida que mais matéria orgânica é adicionada ao solo, ele se torna mais rico e profundo, promovendo o crescimento saudável das plantas.

Afinal, o que são os macronutrientes e micronutrientes do solo?

Os macronutrientes são divididos em dois grupos: primários e secundários. Os macronutrientes primários são aqueles necessários nas concentrações mais altas: nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). De fato, esses três nutrientes primários são necessários concentrações maiores do que o total do restante dos macronutrientes juntos.

Os macronutrientes secundários também são necessários para a manutenção da saúde das plantas, mas em quantidades menores do que os macronutrientes primários. Cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S) compreendem os macronutrientes secundários.

Os micronutrientes também são importantes, no entanto em pequenas quantidades. São sete: essenciais para o desenvolvimento e crescimento das plantas, mas são necessários apenas em pequenas quantidades, em comparação com seus macros equivalentes. Os sete micronutrientes essenciais são:

Pelas raízes, para a maior parte dos elementos, as plantas conseguem absorver os nutrientes e utilizá-los nos seus processos fisiológicos. No entanto, como esse estoque da “geladeira” vai diminuindo, os agricultores utilizam adubos (fertilizantes) para repor todos os nutrientes.

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Todos esses nutrientes estão disponíveis em adubos que podem ser químicos ou orgânicos. Outros nutrientes, principalmente os micronutrientes, precisam ser disponibilizados para as plantas pelas folhas, o que tecnicamente chama-se adubação foliar.

Infográfico mostrando os nutrientes necessário para o desenvolvimento e produção das plantas

Como iniciou o reabastecimento dos nutrientes do solo?

Antigamente, os agricultores adicionavam os nutrientes faltantes no solo espalhando estrume animal e resíduos vegetais em seus campos. Com o tempo, passamos a entender melhor a composição mineral dos solos e a adição de fertilizantes (adubos) passou a ser feita de forma cada vez mais eficiente.

As práticas atuais de fertilizantes são relativamente recentes e datam apenas da última metade do século 20; no entanto, as práticas tradicionais de adubação são muito mais antigas. 

Embora se pensasse que o conceito de uso de fertilizantes poderia ser datado apenas de 2.000 a 3.000 anos, atualmente já sabemos que os primeiros agricultores usavam estrume para fertilizar suas plantações há cerca de 8.000 anos.

A conclusão veio de análises de grãos do passado. Nessas investigações, os pesquisadores coletaram amostras antigas de cereais, como trigo e cevada, bem como leguminosas – ervilhas e lentilhas, de 13 sítios agrícolas primitivos em toda a Europa que datavam de 4.400 a 7.900 anos atrás. 

Eles analisaram mais de 2.500 grãos de cereais e sementes de leguminosas individuais, onde concluíram que os níveis de N-15 eram mais altos do que o normal e consistentes com o uso de esterco como fertilizante.

N-15: isótopo raro de nitrogênio-15 que o estrume tem uma concentração maior do que o normal. Pesquisas mostraram que as plantas tratadas com esterco têm mais N-15.

Os primeiros agricultores provavelmente notaram, pela primeira vez, o aumento do crescimento das plantações em áreas de acúmulo natural de esterco onde os animais se reuniam. Essas áreas de alta fertilidade seriam óbvias para os agricultores de subsistência que viam diferenças de produtividade entre suas pequenas plantações.

No entanto, tudo isso mudaria. Após a Segunda Guerra Mundial, a necessidade de fabricar munições de guerra foi substituída pela necessidade de restaurar o suprimento de alimentos na Europa e nos Estados Unidos. A conquista desse objetivo foi fortemente impactada por fatores que incluem: 

Aliado a esses fatos, o avanço nas ciências agrícolas preparou o cenário para a era moderna de fertilizantes.

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O período é marcado por financiamento maciço e esforços de pesquisa de várias instituições e agências federais e estaduais, cujo objetivo principal era desenvolver diretrizes e informações abrangentes para o uso mais eficiente e eficaz de fertilizantes sob diferentes condições ambientais e de produção agrícola.

A era tecnológica dos últimos 20-25 anos, elevou o conhecimento das complexas interações que envolvem o uso de fertilizantes e os fatores químicos, físicos e biológicos do solo, bem como os efeitos potenciais do uso de fertilizantes no clima e no meio ambiente.

O estrume ainda é uma fonte importante de nutrientes para as plantas; entretanto, nos últimos 75 anos, seu uso foi superado pela produção e uso de fertilizantes químicos. Em meados da década de 1940, cerca de 2 milhões de toneladas de fertilizantes químicos eram usados por ano. Em 1960, mais de 7 milhões de toneladas foram usadas a cada ano e em 2021 a demanda mundial por fertilizantes deve chegar a quase 200 milhões de toneladas.

O que vem por aí no mundo dos fertilizantes?

Jardim sendo preparado com solo rico em nutrientes

A cada ano, novas tecnologias vêm sendo desenvolvidas na área de fertilizante. Seja na aplicação dos produtos no solo ou nas plantas, ou no desenvolvimento de adubos mais sustentáveis, que tenham menor perda e que necessitem um menor número de aplicações no campo.

Sustentabilidade sempre no radar. Sendo uma das megatendências que moldam nossas vidas e assim o faz para a agricultura: o setor é por natureza alinhado com essa abordagem e vemos muitas soluções no mercado que estão tornando a agricultura cada vez mais sustentável.

Adubos nitrogenados, por exemplo, apresentam um grande problema de perda, tanto na volatilização da amônia, quanto na lixiviação dos produtos. E, para minimizar o efeito, fertilizantes de eficiência aprimorada estão continuamente sendo desenvolvidos.

Essa tecnologia regula a liberação de N dos adubos formulados, permitindo uma melhor absorção e utilização pelas plantas, reduzindo assim as perdas e aumentando a produtividade da cultura com menor quantidade do produto.

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Resumidamente, a tecnologia consiste no adubo nitrogenado em cápsulas que retardam e controlam a liberação dos nutrientes, permitindo, prever em algum grau o tempo e a taxa de liberação de nutrientes do encapsulamento. 

O desenvolvimento da tecnologia também pode envolver a incorporação do interior do fertilizante com um material ativo destinado a inibir a volatilização, por exemplo.

 

Principais fontes:

Soman R. e Balachandran S., Trends and technologies behind controlled-release fertilizers. Controlled Release Fertilizers for Sustainable Agriculture, 2021.

Remya V. R.  et al., Polymer formulations for controlled release of fertilizers. Controlled Release Fertilizers for Sustainable Agriculture, 2021.

Wolf A. M. e Beegle D., Recommended soil tests for macro and micronutrients. Recommended soil testing procedures for the Northeastern United States, 2011.

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