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Biodefensivos, cada vez mais presentes no campo

Pesquisa mostra que biodefensivos são usados em 28% do total de área plantada no Brasil

Os biodefensivos, também conhecidos como produtos biológicos, representam tecnologias que potencializam o uso de organismos ou substâncias naturais, visando prevenir, reduzir ou erradicar a infestação de pragas e doenças nas plantações. A pesquisa, realizada pela empresa americana S&P Global, considerou dois tipos distintos de produtos biológicos: os de base microbiológica e os macrobiológicos.

O Brasil, por sua vez, se destaca no mercado global de bioinsumos para controle biológico– biodefensivos. De 2018 a 2022, o mercado brasileiro de biodefensivos cresceu 62%, em comparação com o aumento de cerca de 16% no mercado global durante o mesmo período. Na mesma tendência, a última pesquisa sobre adoção desses produtos, mostra que o mercado brasileiro total de biodefensivos, considerando todas as culturas e regiões do país, cresceu 219% entre a safra de 2019/2020 e a de 2021/2022. Portanto, o valor estimado foi de R$ 3,3 bilhões para a última safra. Em contrapartida, no intervalo anterior o valor era de R$ 1,03 bilhão.

Como a pesquisa foi conduzida?

A pesquisa da S&P usou questionários aplicados presencialmente em agricultores que utilizam produtos biológicos nas principais regiões produtoras. Adicionalmente, os municípios mais representativos em áreas das culturas nessas regiões foram selecionados.

Nesse sentido, a amostra para o estudo de produtos biológicos foi composta por 1.775 entrevistados. Então, para construir essa amostra, utilizaram-se dados do Censo Agrícola de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além de dados de acompanhamento de safras da Conab e bancos de dados da S&P Global. Vale mencionar que o valor do mercado na região pesquisada corresponde a 71.3% do valor estimado para o mercado total de produtos de controle biológico.

A adoção de controle biológico para o total de área plantada atingiu 28% do total de lavouras brasileiras em 2021/22, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 85,7 milhões de hectares.

Quais são as culturas que mais utilizam os biodefensivos no Brasil?

Em suma, o mercado de produtos biológicos é impulsionado pelas grandes culturas. Logo, o estudo considerou oito delas – algodão; cana-de-açúcar; citros; soja; milho 2ª safra; café arábica e conilon, tomate e feijão, distribuídas por oito estados.

Assim, a área total de abrangência da pesquisa representa cerca de 69% do total da área tratada com pelo menos uma aplicação de biodefensivos em todo o país durante 2021/2022.

Portanto, a soja é a cultura com a maior porcentagem de área tratada com biodefensivos com 42%. Na sequência, vem o algodão com 21%, 18% cana-de-açúcar e o milho representa 18%.

Como atuam os biodefensivos?

Amplamente utilizados em sinergia com as ferramentas de controle químicos como componentes do Manejo Integrado de Pragas (MIP), os bioinsumos são fundamentais no combate a algumas pragas. Na cultura do algodão, por exemplo, eles ajudam a controlar nematoides e o complexo de lagartas (Spodoptera frugiperda e Helicoverpa Amígera). Já na soja, além dos nematoides, alguns insetos, como a mosca-branca (Bemísia Tabaci) e o fungo causador do mofo-branco (Sclerotinia Sclerotiorum) também são alvos. No milho, a cigarrinha-do-milho (Dalbulus Maidis), responsável pelo enfezamento do milho, é um dos grandes desafios de controle nessa cultura.

Em termos de registro de produtos, os nematoides, sobretudo, concentram o maior número (61). Entretanto, se considerarmos todos os insetos para os quais há produtos registrados (complexo de lagartas, cigarrinha-do-milho, percevejo-marrom e broca-do-café), são 151. Os biodefensivos registrados com efeito fungicida para o mofo-branco somam 24 produtos. O registro de produtos biológicos para controle no Brasil, acompanhando a evolução do mercado, deu-se de maneira mais intensa recentemente.

Nos últimos três anos, registramos mais da metade do total desses produtos, sendo muitos deles com novas formulações e isolados biológicos. Então, essas inovações, inclusive, contribuíram significativamente para melhorar a performance e aumentar a aceitação pelos produtores.

O que podemos esperar para o futuro desse mercado?

O estudo aponta ainda que o mercado de controle biológico vai permanecer em expansão. A pesquisa da S&P Global projeta um valor próximo a R$ 17 bilhões para o setor até 2030, considerando uma taxa de crescimento anual entre 2022 e 2023 de 23%.  Do lado dos agricultores, 58% acreditam que o mercado deve avançar nos próximos anos.

 

 

Principais fontes:

CONAB. Acompanhamento safra brasileira. https://www.conab.gov.br/info-agro/safras

https://croplifebrasil.org/wp-content/uploads/2023/05/Mercado_de_biodefensivos_21_22_SPGlobal_CroplifeBrasil-1.pdf

 

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