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A pulverização aérea é necessária?

Descubra como essa atividade pode auxiliar na sustentabilidade da produção agrícola no Brasil

A agricultura moderna dispõe de muitas ferramentas que são essenciais para otimizar a produção de alimentos. A pulverização aérea, por exemplo, é uma delas. Com ela é possível aplicar fertilizantes, sementes e defensivos agrícolas. Porém, você já deve ter ouvido falar que essa ferramenta é perigosa e que o produto acaba se espalhando para além da plantação, causando prejuízo ao meio ambiente e à população que vive no entorno das áreas de cultivo.

Por causa dessa percepção, o emprego da pulverização aérea de defensivos causa controvérsia e muitos defendem que essa técnica seja banida. Mas será que essa atividade é realmente perigosa e deveria ser proibida?

A nossa resposta para essa pergunta é “não”. E, queremos esclarecer melhor, porque essa tecnologia é necessária e importante para a agricultura brasileira, além de ser realizada de maneira segura.

 

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Quando precisamos usar pulverização aérea ?

Muitas vezes, quando as plantas atingem alturas elevadas, tornando-se a única alternativa para proteger as plantações das pragas. Como é o caso das espécies florestais, por exemplo, e de algumas culturas como a cana-de-açúcar, a banana, a laranja, o café e o milho (que chegam a medir 2 metros, inviabilizando a aplicação terrestre).

Além disso, a urgência da aplicação em caso de pragas muito agressivas é outro fator que torna indispensável esse tipo de aplicação. Existem pragas como o percevejo, gafanhotos, o bicudo-do-algodoeiro e a ferrugem da soja, que podem destruir uma plantação em poucos dias. Nessas situações, em grandes áreas, somente o avião permite realizar uma ação rápida de controle das pragas.

E, há fatos históricos que relatam a eficiência da utilização da pulverização aérea no controle emergencial de nuvens de gafanhotos em diversos países do mundo como Argentina, Austrália, Brasil, Israel, Uruguai, inclusive em  força-tarefa promovida pelas Nações Unidas na África.

 

Para saber mais, confira o episódio 1 da websérie Voar é Preciso.

Voar é preciso - pulverização aérea

A pulverização aérea é segura?

Por conta de uma série de tecnologias, a utilização da pulverização aérea é uma atividade segura. Também, é importante esclarecer que não é em qualquer plantação que há a sua aplicação.

Antes de se realizar a aplicação, um responsável técnico, com qualificação para emissão de receituário agronômico, precisa analisar a cultura agrícola. A avaliação, por sua vez, baseia-se no tipo de cultura e de praga, a fim de se determinar qual o tipo de defensivo que será aplicado e qual a proporção necessária para o preparo da calda de pulverização.

Além disso, a capacitação técnica do aplicador é fundamental para evitar riscos e prejuízos; por isso pilotos profissionais altamente capacitados e treinados – precisam de licenças especiais – conduzem as atividades.

 

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Ainda, é de responsabilidade do piloto estudar o terreno para montar a rota de aplicação, observar as condições de umidade, temperatura e velocidade do vendo para poder decidir se é possível realizar a aplicação naquele momento.

A tecnologia dos equipamentos utilizados também é outro fator muito importante. Afinal, o avião precisa ser específico para esse tipo de atividade, contendo toda a tecnologia necessária para as operações. Entre os itens, o DGPS que é um GPS de alta precisão se faz necessário, além de dispersores com fluxômetros acoplados para monitorar a vazão da calda a ser aplicada na plantação.

A prática é rigorosamente condicionada ao cumprimento de regras

Existe uma regulamentação específica e rígido controle para fiscalizar a pulverização aérea de defensivos. Quem fiscaliza é o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e todo o procedimento e estabelecimento de normas e exigências é realizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

A ANAC, por exemplo, também recomenda treinamentos e manuais técnicos do programa conhecido como Certificação Aeroagrícola Sustentável (CAS). Esse programa tem como objetivo principal melhorar a qualidade das aplicações aéreas de defensivos por meio do incentivo à capacitação e qualificação de empresas do setor dentro do conceito de boas práticas na aplicação aérea desses produtos. Com isso, reduzir riscos de danos ambientais e manter a sustentabilidade da prática.

Devemos levar em consideração, que o uso incorreto e o desrespeito às normas e técnicas, além penalidades previstas na legislação, causaria grandes prejuízos aos produtores e aplicadores. Uma aplicação incorreta, além de não trazer o benefício da sua finalidade, gera altos custos com profissionais, equipamentos e produtos.

 

Assista ao episódio 2 da websérie Voar é Preciso e entenda como essa prática é segura.

 

Benefícios da pulverização aérea

Ainda que nem todos os tipos de plantações recebam a pulverização aérea de defensivos, como as hortaliças, por exemplo, quando recomendado, esse tipo de aplicação pode ser muito vantajoso. São vários os benefícios que determinam a sua importância para a sustentabilidade da produção agrícola, dentre eles:

Viabiliza o cultivo em áreas extensas

No Brasil, que é um grande produtor e exportador mundial de alimentos, fibras e energia, temos milhares de hectares sendo produzidos. A pulverização aérea de defensivos é muito mais rápida do que a terrestre. A agilidade na aplicação permite que se realize a aplicação de forma rápida e segura em áreas extensas para atendimento da demanda do setor.

Evita o amassamento das plantas e a compactação do solo

Os aviões agrícolas utilizado nas pulverizações não tem contato com o solo e, por isso, não causa danos à plantação. Sem essa tecnologia, teríamos maior ocorrência de amassamento das culturas e maior compactação do solo devido à passagem dos tratores.

Oferece maior precisão

O uso da aeronave para as pulverizações permite que a prática seja mais assertiva. Por contar com ferramentas tecnológicas, como o GPS, é possível realizar a aplicação com mais precisão, ou seja, o produto atinge apenas a plantação alvo.

Proporciona maior uniformidade

Por permitir controle da velocidade do avião durante o processo, a pulverização aérea é muito uniforme. Além disso, existem ferramentas e sistemas automáticos de controle de vazão, que contribuem ainda mais para a regularidade da ação.

Reduz custos e economiza recursos

As aeronaves agrícolas possuem menores custos por hectare do que aplicações por pulverizadores terrestres, por apresentarem menor consumo de combustível. Sem contar que, consequentemente, apresenta redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE), devido à redução do uso de combustíveis. Além disso, a pulverização aérea gasta 70% menos água do que uma aplicação tratorizada.

Além da pulverização, a aviação agrícola possui outras finalidades

A principal vantagem do uso de aviões na agricultura é, sem dúvida, defender as lavouras contra o ataque de pragas por meio da aplicação de defensivos. No entanto, não podemos deixar de falar sobre o uso dessa atividade no combate à incêndios e na realização de semeaduras. O combate a incêndios em campos e florestas por aviação agrícola é um benefício legal que existe no Brasil desde 1969.

Já a semeadura aérea é muito utilizada em vários estados do Brasil. Esse tipo de semeadura permite terceirização do serviço sem ocupar a mão-de-obra que estaria sendo empregada na colheita de grãos; é rápida, possibilitando disponibilizar grandes áreas em poucas horas e; com aeronaves é possível realizar a “sobre-semeadura”, lançando novas sementes antes da colheita das lavouras de grãos.

Para saber mais sobre o tema, assista ao episódio 3 da websérie Voar é Preciso.

 

Principais fontes:

BRASIL. DECRETO Nº 86.765, DE 22 DE DEZEMBRO DE 1981.  Regulamenta o Decreto-Lei nº 917, de 07 de outubro de 1969, que dispõe sobre o emprego da aviação agrícola no País e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/atos/decretos/1981/d86765.html Acesso em: 15 ago. de 2023.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Aviação Agrícola. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/insumos-agropecuarios/aviacao-agricola Acesso em: 15 ago. de 2023.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). História da Aviação Agrícola. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/insumos-agropecuarios/aviacao-agricola/historia-da-aviacao-agricola  Acesso em: 15 ago. de 2023.

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