Germoplasma
Germoplasma é a estrutura que armazena o material genético de uma espécie e que pode ser transmitida de uma geração para outra. É nele que estão todas as informações hereditárias das plantas, animais e microrganismos e as características físicas e funcionais. Essa base genética é fundamental para programas de melhoramento genético e conservação da biodiversidade, sendo uma importante estratégia para a sobrevivência de atividades agrícolas.
Sementes são estruturas que contêm esse germoplasma e podem ser utilizadas para cultivar novas plantas. Mudas são produzidas a partir de sementes ou de partes de plantas adultas, e podem ser utilizadas para iniciar novos cultivos.
O germoplasma desempenha papel crucial no uso sustentável das plantas, pois guarda elementos com potencial de uso no desenvolvimento de novas cultivares mais produtivas e resistentes a pragas e doenças, adaptadas a diferentes condições ambientais e com características nutricionais melhoradas. Essas variedades de plantas são selecionadas e reproduzidas para uso comercial na agricultura e ajudam a aumentar a eficiência da produção agrícola e a atender às demandas do mercado.
Em função de todo o seu potencial, a pesquisa e o desenvolvimento de sementes representam uma das áreas mais importantes da agricultura e são, atualmente, o principal insumo da produção agrícola e com maior valor agregado.
Não é por acaso que a indústria global de sementes está valendo cerca de US$ 52 bilhões e encontra-se franco crescimento.
No Brasil, estima-se um mercado de aproximadamente US$ 7,6 bilhões, o terceiro do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, com US$ 12 bilhões, e China, com US$ 10,8 bilhões.
A CropLife Brasil desempenha um papel fundamental na conservação e utilização sustentável do germoplasma agrícola, promovendo a diversidade genética e segurança alimentar. A Croplife trabalha para promover práticas agrícolas responsáveis, facilitando o acesso a tecnologias inovadoras, colaborando com o governo e a indústria para garantir que o germoplasma seja protegido e utilizado de forma eficaz para enfrentar os desafios globais de segurança alimentar e mudanças climáticas.
O trabalho na CLB é separado por culturas (abaixo) e o empenho é no sentido de apoiar, fomentar a inovação, acompanhar mudanças nas regulamentações e orientar sobre as melhores práticas no campo para o aumento da produtividade.
MILHO
O milho é o cereal mais produzido no mundo e sua importância já era reconhecida pelos primeiros povos que plantavam o grão, há 7.300 anos. Os indígenas caribenhos denominavam o cereal como “sustento da vida”. O Brasil é o terceiro maior produtor da cultura no mundo, com produção de 319,9 milhões de toneladas na safra de 2022/23, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Atualmente, além de ser fonte de nutrição, a cultura do milho é matéria-prima na fabricação de subprodutos em grandes indústrias químicas, farmacêuticas, de bebidas e combustível.
Sorgo
É um tipo de cereal, de origem africana, que tem ganhado cada vez mais espaço na agricultura brasileira e em vários outros países do mundo. O sorgo se destaca no setor agropecuário por ser produtivo, energético, de fácil digestão, adaptado a diversos ambientes e é utilizado para múltiplos fins como silagem, pastejo, rações animais e até mesmo para consumo humano. Em 2021/22, a produção brasileira de sorgo chegou a 5,54 milhões de toneladas, um aumento de 43% nos últimos 10 anos (CONAB).
Cana-de-açúcar
A planta há mais de 500 anos movimenta a economia brasileira e o país é, atualmente, o maior produtor do planeta com cerca de 607 milhões de toneladas processadas na última safra (2022/2023), segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA). Os principais derivados são o açúcar e etanol.
FORRAGEIRA
Essas plantas são utilizadas, principalmente, na alimentação de animais, mas também trazem benefícios para o solo e na rotação de culturas, trazendo sustentabilidade para a agricultura.
Eucalipto
Espécie arbórea de uso industrial mais plantada no Brasil. Suas folhas e madeira podem ser utilizadas para diferentes fins, como: energia, celulose e papel, laminação, serraria, medicamentos, cosméticos, tecidos e alimentos.
Algodão
O algodão é uma das culturas mais importantes do mundo, sendo utilizado na produção de uma ampla gama de produtos, desde tecidos e roupas até produtos médicos e cosméticos. O Brasil é um dos principais produtores de algodão do mundo, com áreas de cultivo concentradas principalmente na região do Cerrado e do Nordeste. A produção brasileira de algodão tem crescido consistentemente ao longo dos anos, impulsionada por avanços tecnológicos, práticas agrícolas sustentáveis e demanda internacional.
Hortaliças
As hortaliças desempenham um papel crucial na segurança alimentar e na saúde, fornecendo nutrientes essenciais para as dietas humanas. Elas incluem uma ampla variedade de plantas comestíveis, como folhas, raízes, frutos e caules, e são cultivadas em todo o mundo em diversos climas e condições. A produção de hortaliças abrange desde pequenas hortas familiares até grandes operações comerciais, contribuindo para a diversidade alimentar e econômica.
Contextualização
As sementes foram o primeiro elo entre a humanidade e a produção de plantas, na medida em que os humanos pré-históricos reconheceram essa estrutura como sendo importante para sua alimentação. Além disso, o homem logo descobriu que essas estruturas tinham o poder de germinação, e de dar origem a uma nova planta.
Desde então, as sementes são utilizadas como fonte de carboidratos, proteínas e vitaminas, auxiliando no desenvolvimento das civilizações.
As sementes são responsáveis por garantir a proteção do embrião e fornecer os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento inicial, quando acontece a germinação. Além disso, servem como proteção ao material genético e têm a função de perpetuar a espécie, o que está atrelado à sua capacidade de dispersão, ou seja, de conseguir ser levada para longe propagando-se em novos ambientes.
Atualmente, o Brasil é referência no desenvolvimento de plantas adaptadas às condições tropicais e subtropicais. Em 10 anos, a safra brasileira de sementes saltou de 1,7 milhão de toneladas, na safra de 2005/06, para 4 milhões de toneladas de sementes, na safra 2016/17.
O Brasil produziu cerca de 23,9 milhões de toneladas de sementes em 2020, abrangendo uma variedade de culturas, incluindo grãos, oleaginosas, hortaliças e forrageiras. Este número representa uma parte significativa da produção global de sementes e destaca a importância do Brasil como um dos principais produtores e exportadores mundiais.
Os mercados de sementes de soja e milho permanecem entre os principais do Brasil, respondendo juntos por 74% do mercado de sementes. Mas, nos últimos anos, foi verificado um crescimento e uma maior profissionalização de outros importantes mercados de sementes, como os de frutas e hortaliças.
Em todo o mundo, existem Bancos de Germoplasma, que conservam materiais genéticos de uma ou mais espécies de animais, vegetais e microrganismos. A conservação das plantas, para contextualizar a agricultura, pode ser feita na forma de sementes (ex situ), congeladas, ou mantidas em laboratórios (in vitro) e até mesmo com amostras vivas no campo (in situ). Dessa forma, os pesquisadores conseguem não só proteger a diversidade genética dos organismos vivos, mas também podem acessar esse material e utilizá-lo nos experimentos de melhoramento genético de plantas.
Segurança Alimentar
É quase impossível passar um dia sem a inclusão de algum produto à base de cereal na dieta, como trigo, arroz, milho, cevada, aveia, centeio e sorgo. Muitos dos alimentos consumidos são cereais ou têm esse insumo na sua composição, como é o caso das farinhas.
De acordo com o Agricultural Outlook 2022-2031 produzido pela Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização para Agricultura e Alimentação (FAO) das Nações Unidas, a previsão é de que o crescimento populacional eleve o consumo de alimentos à base de cereais, principalmente em países menos desenvolvidos. Isso traduz a importância dessas culturas para a segurança alimentar global.
Assim, nos próximos dez anos, espera-se maior produção mundial de cereais com aumento da produtividade e intensificação do uso de terras cultiváveis. Devido aos limites de área disponível, a expectativa é de que as melhorias de rendimento resultem em variedades de sementes melhoradas e mais acessíveis, maior eficiência no uso de insumos e melhor utilização das práticas agrícolas mais sustentáveis.