Boas Práticas

As Boas Práticas Agrícolas (BPA) têm sido reconhecidas há muito tempo como essenciais para a oferta de alimentos seguros e de alta qualidade. No entanto, elas vêm se tornando ainda mais relevantes. Afinal, a sustentabilidade na agropecuária, em seus três pilares social, ambiental e econômico só pode ser alcançada com a adoção de boas práticas em toda a cadeia produtiva.

A ambição até 2030, destacada no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 (ODS2), de garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos, implementando práticas agrícolas resilientes que aumentem a produtividade e a produção, mantendo os ecossistemas e fortalecendo a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, exige um trabalho conjunto e coordenado entre governo, instituições de pesquisa, empresas e produtores rurais.

A jornada é longa e começa muito antes de se desenvolver uma solução agrícola. Para garantir que os produtos ou tecnologias que chegam ao mercado sejam seguros para as pessoas, animais e meio ambiente, cada ferramenta precisa ser avaliada cientificamente, estabelecer as suas BPAs de uso e ser validada de acordo com a regulamentação de cada país.

No campo, quando um agricultor atua com base na ciência, em conformidade com as legislações socioambientais e conduz uma agricultura sustentável, ele adota BPAs em toda a sua operação. Desta forma, entrega produtos de maior qualidade, com menor impacto ao meio ambiente, ao mesmo tempo que melhora as condições de trabalho e de vida dos funcionários e suas famílias.

Conceito

As BPAs podem ser definidas como “fazer as coisas da melhor maneira possível e garantir isso”. Elas envolvem um conjunto de princípios, normas e recomendações técnicas aplicadas à produção, processamento e transporte de insumos, matérias-primas e produtos.

Por exemplo, para garantir a efetividade das tecnologias e o adequado manejo contra as adversidades, é fundamental adotar BPAs como vazio sanitário, dessecação antecipada, monitoramento da lavoura, controle de plantas voluntárias, plantio de refúgio estruturado nos cultivos com biotecnologias Bt, rotação de mecanismos de ação de defensivos agrícolas, uso de insumos legalizados entre muitas outras, que são chave para o sucesso do manejo integrado e do manejo da resistência de insetos, plantas daninhas e doenças, colaborando, com a produtividade agrícola e permitindo que as tecnologias funcionem com o seu maior potencial.

Stewardship

As BPAs podem ser definidas como “fazer as coisas da melhor maneira possível e garantir isso”. Elas envolvem um conjunto de princípios, normas e recomendações técnicas aplicadas à produção, processamento e transporte de insumos, matérias-primas e produtos.

Por exemplo, para garantir a efetividade das tecnologias e o adequado manejo contra as adversidades, é fundamental adotar BPAs como vazio sanitário, dessecação antecipada, monitoramento da lavoura, controle de plantas voluntárias, plantio de refúgio estruturado nos cultivos com biotecnologias Bt, rotação de mecanismos de ação de defensivos agrícolas, uso de insumos legalizados entre muitas outras, que são chave para o sucesso do manejo integrado e do manejo da resistência de insetos, plantas daninhas e doenças, colaborando, com a produtividade agrícola e permitindo que as tecnologias funcionem com o seu maior potencial.

No contexto da agricultura sustentável, por exemplo, os profissionais que atuam na área de Stewardship estudam e indicam as BPAs de uso de produtos para garantir maior segurança e eficiência por meio de ferramentas e serviços adaptados ao trabalho diário dos agricultores ou técnicos do setor. Em outras palavras, os usuários das tecnologias têm acesso a treinamentos, aplicativos, canais de denúncia, postos de coleta (no caso de embalagens) e assistência técnica para que sejam orientados sobre as BPAs e conduzam suas operações obtendo os melhores resultados e com a maior segurança.

  • Agregam valor aos produtos agrícolas, beneficiando agricultores, apicultores e suas famílias ao mesmo tempo que entregam aos consumidores produtos de maior qualidade e responsabilidade socioambiental. Consequentemente, a sociedade, tem acesso a alimentos produzidos em um ambiente de convivência harmônica com a natureza e de relações sociais mais justas.

  • Fornecem ferramentas adequadas para lidar da melhor maneira com as adversidades que acontecem no campo, como a presença de plantas daninhas, doenças e o ataque de pragas.

  • Colaboram para o melhor e mais adequado manejo das culturas, fazendo com que os patamares de produtividade e rentabilidade sejam mantidos, garantindo e mantendo o melhor potencial das tecnologias e das lavouras.

  • Contribuem diretamente com a implementação da agropecuária sustentável com maior produtividade e resiliência dos sistemas alimentares, ajudando a manter os ecossistemas e fortalecendo a capacidade de adaptação da agricultura às mudanças climáticas.

Os beneficiários diretos das BPAs são os agricultores, apicultores e suas famílias, pois agregam maior valor aos seus produtos; os consumidores, que passam a contar com produtos com maior qualidade e produzidos sob requisitos de responsabilidade socioambiental; e a sociedade em geral, que desfruta de ecossistemas mais preservados e de relações sociais mais justas.

Quem se beneficia com as boas práticas agrícolas?

As BPAs contribuem diretamente com o avanço dos ODS e suas metas. Cabendo destacar, que impactam principalmente os ODS2, ODS8, ODS12, ODS13 e ODS15.

Contribuem com a erradicação da fome e com a agricultura sustentável ao promoverem o aumento da produtividade, elevando a produção de alimentos com convivência harmônica com a natureza e preservação dos recursos naturais. Diversas BPAS se conectam ao ODS2, incluindo: o uso correto de defensivos agrícolas, ao proteger cultivos de doenças e pragas sem extrapolar os limites que poderiam afetar os polinizadores e ecossistemas, permitem o máximo de produção por área; a adoção de BPAs para controle da cigarrinha do milho, essencial para se evitar perdas de produção do grão que podem chegar a 80%, impactando diretamente na oferta de nutrientes para a alimentação humana e animal. Bem como a implementação de BPAs voltadas ao uso racional de água, como irrigação por gotejamento e microaspersão, permitindo a produção agrícola em regiões de escassez hídrica.

As BPAs abordam o uso correto de tecnologias para todos que se envolvem direta ou indiretamente nas operações agrícolas, promovendo segurança e maior qualidade de vida aos trabalhadores rurais, suas famílias e comunidades do entorno. Por exemplo, fazendo uso correto de defensivos agrícolas nas fazendas, os apicultores não sofrem prejuízos no seu trabalho. Além do uso correto, o combate à ilegalidade no setor agrícola é uma BPA que também promove o trabalho decente e o crescimento econômico, gerando empregos e relações transparentes (ODS8). Muito diferente da ilegalidade que tramita na criminalidade e coloca trabalhadores e sociedade em risco.

As BPAs enfatizam procedimentos que apoiam a produção agrícola sustentável, ao mesmo tempo que fortalecem as capacidades científicas e tecnológicas de agricultores e técnicos do setor para mudar para padrões mais sustentáveis de produção e consumo. Por exemplo, a adoção do plantio direto, rotação de culturas e o uso de bioinsumos melhoram a saúde do solo, elevando a microbiota do sistema e consequentemente o seu potencial de captura de CO2 e de retenção de água. Além disso, o descarte e logística reversa de embalagens de defensivos agrícolas é uma BPA que permite o manejo ambientalmente saudável dos produtos químicos e seus resíduos, reduzindo sua liberação para o ar, água e solo, em conformidade com metas vinculadas ao ODS12.

Com a adoção de BPAs, os sistemas agrícolas reduzem as emissões dos GEE e aumentam capacidade de adaptação às secas, inundações, ondas de calor e outros eventos decorrentes das mudanças climáticas. Por exemplo, as BPAs que promovem a adoção de tecnologias mais adequadas às regiões de cultivo, como é o caso de sementes adaptadas a ambientes adversos. O melhoramento genético de plantas tem resultado em sementes e mudas mais adaptadas a regiões impactadas pelas mudanças climáticas como aquelas que sofrem com maior escassez de água e ondas de calor e frio a exemplo da soja geneticamente editada para apresentar tolerância à seca e considerada, uma tecnologia essencial para o enfrentamento das mudanças climáticas (ODS13).

As BPAs orientam os agricultores a apoiarem meios de subsistência sustentáveis, salvaguardando ao mesmo tempo a saúde de todos e do ambiente, ao proteger e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres. Por exemplo, a sustentabilidade de produtos obtidos por biotecnologia com adoção de áreas de refúgio é uma BPA indicada para prolongar o ciclo de tecnologias Bt que resulta em menor emissão de GEE, de consumo de água e de necessidade de expansão de área agrícola, reduzindo as perdas da biodiversidade e contribuindo para a manutenção da vida terrestre (ODS15). Assim como, as BPAs promovem a coexistência harmônica entre a agricultura e os polinizadores, assegurando a sobrevivência de abelhas e outros polinizadores.

    • Coexistência da agricultura e polinizadores
      A convivência harmônica e sustentável da agricultura com as abelhas e outros polinizadores é essencial para a produção de alimentos já que cerca de 75% dos cultivos agrícolas dependem ou são beneficiados pela polinização realizada pelas abelhas e outros animais. As BPAs promovem a conservação dos polinizadores e compõem projetos de preservação da biodiversidade. Saiba mais em: https://abelha.org.br/

 

    • Combate à ilegalidade de defensivos e sementes
      O uso de produtos ilegais, como sementes ou defensivos químicos e biológicos prejudica a natureza, a produtividade agrícola, a economia do país e a sociedade como um todo. Além do uso de insumos legalizados, o combate ao uso ilegal via canais de denúncia é uma BPA que protege o crescimento da agropecuária, meio ambiente e o bem-estar das pessoas. Saiba mais em: Agricultor de Valor

 

    • Habilitação de agricultores e aplicadores de defensivos
      Para promover o desenvolvimento agrícola sustentável, é essencial habilitar o trabalhador rural com a disseminação de BPAs sobre a aplicação correta dos defensivos, utilizando-se de programas que beneficiam aplicadores e agricultores em todo o território nacional. Saiba mais em: Aplicador Legal — Ministério da Agricultura e Pecuária

 

    • Descarte e logística reversa de embalagens de defensivos agrícolas
      O tratamento adequado às embalagens de defensivos agrícolas e seu retorno ao ciclo produtivo como matéria-prima de outros produtos, posiciona o Brasil como referência na destinação ambientalmente correta de embalagens vazias de defensivos. Saiba mais em: inpEV

 

    • Sustentabilidade do Bt
      As biotecnologias Bt são ferramentas valiosas no controle de pragas e que entregam benefícios socioambientais significativos. A adoção de refúgio estruturado é uma BPA essencial para a sustentabilidade da tecnologia Bt e, consequentemente, da lavoura. Seu plantio é a principal ferramenta dos programas de Manejo da Resistência a Insetos (MRI) e tem sido eficaz em retardar o aparecimento de resistência em pragas.

 

  • Manejo da cigarrinha do milho
    Dado o potencial de impacto das infestações da cigarrinha nos cultivos de milho, é de grande importância conscientizar o mercado e os produtores rurais sobre as BPAs para o manejo eficaz dos enfezamentos do milho.

    Conheça mais em nosso jogo: De olho na cigarrinha

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