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Defensivos químicos, garantindo há milhares de anos a proteção das culturas

Os defensivos químicos, são insumos utilizados na agricultura para a proteção de plantas. Também conhecidos por agrotóxicos, pesticidas, praguicidas ou produtos fitossanitários. Dentre esses, agrotóxico é o termo utilizado pela legislação brasileira.

Esses produtos são parte importante no manejo das plantas cultivadas. Dentro de um manejo sustentável, conseguem controlar as pragas e manter um equilíbrio no cultivo.

Defensivos químicos: importantes na produção agrícola

Os defensivos químicos são utilizados nas culturas agrícolas para controlar pragas, doenças e plantas daninhas que atrapalham o desenvolvimento e a produção agrícola. Os pesticidas mais utilizados são aqueles para o controle de insetos (inseticidas), ervas daninhas (herbicidas) e fungos (fungicidas)

Atualmente, esses insumos são peça chave para o manejo integrado de pragas (MIP), estratégia que tem sido priorizada na agricultura moderna. O emprego desses produtos depende de um planejamento independente para cada safra. Dessa forma, os produtos químicos, assim como outros insumos, podem ser utilizados em diversos momentos, desde o tratamento de sementes até a prevenção ou controle de pragas durante o desenvolvimento da cultura.

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Os defensivos químicos não são invenções do mundo moderno. Muitas civilizações antigas usavam pesticidas para proteger suas colheitas de insetos e outras pragas. Por exemplo, os sumérios usavam enxofre elementar para proteger suas colheitas de insetos invasores. Na época medieval produtos químicos como arsênico e chumbo também eram comuns em culturas.

E não era só nas plantas que os defensivos químicos eram utilizados. Os chineses já usavam compostos de arsênico e mercúrio para controlar piolhos. Enquanto isso, os gregos e romanos usavam óleo, cinzas, enxofre e outros materiais para proteger a si mesmos, seus animais e suas colheitas de várias pragas.

No entanto, nos tempos modernos, os defensivos químicos foram sendo desenvolvidos com maior rigor e tecnologia. Atualmente, a pesquisa e desenvolvimento de um defensivo químico busca produtos mais eficientes e mais tecnológicos, oferecendo menores riscos ao usuário e ao meio ambiente.

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Produção e formulação dos defensivos químicos

Os defensivos químicos são desenvolvidos em diferentes formulações. São produzidos pela junção de um princípio ativo mais outras substâncias que não têm efeito direto nas pragas, mas podem potencializar a ação dos produtos (aditivos). O princípio ativo ou ingrediente ativo possui o seguinte significado:

Descrição do princípio ativo ou ingrediente ativo para defensivos químicos

Os aditivos são compostos orgânicos e/ou químicos adicionados aos agrotóxicos para melhorar sua ação, função, durabilidade, estabilidade ou detecção. Funcionam também para facilitar no seu desenvolvimento.

As formulações mais comuns de agrotóxicos devem ser diluídas em água. Algumas delas são encontradas como: 

Além dessas, existem as formulações para:

Princípio ativo e grupos químicos dos defensivos químicos

Os defensivos químicos podem ser divididos em classes e/ou grupos, dependendo de como atuam e das suas características. 

Essas classificações são complementares e todos os pesticidas possuem. Elas são dadas pelo efeito que o produto tem sobre os diferentes alvos, pela estrutura química do ingrediente ativo usado na sua formulação e pela toxidade do defensivo para os humanos e o meio ambiente.

Classificação pelo alvo de controle

Existem diferentes tipos de pragas que podem atacar uma cultura. Para isso, é preciso dividir os produtos por seus diferentes alvos, conforme imagem abaixo.

Defensivos químicos para cada praga alvo

 

De acordo com o modo de ação na praga alvo

 

Cada princípio ativo de defensivo também pode ser classificado pelo grupo químico ao qual pertence, e seu modo de ação na praga alvo. Por exemplo:

Organofosforado: a maioria dos organofosforados são inseticidas, eles afetam o sistema nervoso do inseto, interrompendo a enzima que regula um neurotransmissor.

Carbamato: semelhante aos pesticidas organofosforados, os pesticidas carbamatos também afetam o sistema nervoso dos insetos, interrompendo uma enzima que regula o neurotransmissor. No entanto, os efeitos enzimáticos são geralmente reversíveis.

Piretróide: trata-se de uma versão sintética da piretrina, um pesticida que ocorre naturalmente, encontrado nos crisântemos (flor). Eles foram desenvolvidos de forma a maximizar sua estabilidade no ambiente.

Herbicidas de sulfonilureia: os herbicidas sulfonilureias foram comercializados para o controle de plantas daninhas, tais como piritiobac-sódio, ciclossulfamuron, bispiribac-sódio, terbacil, entre outros.

Os modos de ação dos fungicidas podem ser encontrados no FRAC (Comitê de Ação de Resistência à Fungicidas) e dos inseticidas e herbicidas no IRAC (Comitê de Ação de Resistência à Inseticidas) e no HRAC (Comitê de Ação de Resistência à Herbicidas), respectivamente.

Uso correto de defensivos químicos: como evitar danos à saúde e ao meio ambiente

O uso correto dos defensivos inclui cuidados com o aplicador e com a comunidade agrícola presente. Além disso, conta com a prevenção de excesso de resíduos nos alimentos e cuidados com o meio ambiente.

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Para tomarmos esses cuidados, devemos ficar atentos às seguintes recomendações antes, durante a após o manuseio e utilização desses produtos:

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Otimização e inovação nos defensivos químicos

O mundo evoluiu na direção de práticas agrícolas sustentáveis e um dos principais focos é o gerenciamento eficaz de pragas para aumentar a produtividade das culturas. 

Apesar de produtos químicos mais recentes terem bastante eficácia e serem mais sustentáveis, ainda existem perdas substanciais nas culturas por fatores como como a lixiviação e a bioconversão, conforme significado abaixo, entre outros.

Descrição de lixivação e bioconversão

Portanto, se essa perda puder ser combatida, tornará ainda mais eficiente o uso dos defensivos, além de gerar economia para o produtor. Com o advento de novas tecnologias e o progresso na ciência dos defensivos químicos, as práticas agrícolas convencionais estão se transformando em práticas agrárias inteligentes. Os materiais podem ser manipulados e ajustados a uma ação específica desejada. 

Estratégias inovadoras já estão se mostrando promissoras, e uma dessas abordagens viáveis são os sistemas de liberação controlada (SLC) de pesticidas. Essas formulações de pesticidas ativas, seguras de usar e ecologicamente corretas respondem ao microambiente de maneira inteligente, podendo ser obtido um perfil de liberação melhor e controlado.

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Os SLCs oferecem grandes promessas como uma ferramenta inovadora no fornecimento de agroquímicos com segurança. Além disso, reduz os problemas associados à deriva e lixiviação, volatilização, degradação e leva a uma interação mais eficaz com as pragas-alvo. 

As vantagens acima reduzem a quantidade de ingrediente ativo por unidade de área de aplicação, proporcionando uma concentração ideal dos agroquímicos no alvo por períodos mais longos. 

Consequentemente, evita a necessidade de re-aplicações, diminuindo os custos operacionais, reduzindo o risco de exposição ocupacional e minimizando o impacto ambiental adverso a outros organismos não-alvo.

Além disso, devido aos seus atributos inerentes, esses sistemas de liberação controlada impedem a dispersão de pesticidas por explosão, aparentemente minimizando o nível de resíduos de pesticidas no solo.

 

Principal fonte:

Singh A, et al. Advances in controlled release pesticide formulations: prospects to safer integrated pest management and sustainable agriculture. Journal of Hazardous Materials, 2019.

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