Problema afeta produtividade, arrecadação de impostos e reduz investimentos em inovação no campo.

A pirataria de sementes de soja representa um dos desafios para o agronegócio brasileiro, impactando diretamente a produtividade no campo, a arrecadação de impostos e a continuidade de investimentos em inovação agrícola.
O diretor-presidente da CropLife Brasil (CLB), Eduardo Leão, participou do programa Brasil Rural, da rádio EBC, para discutir os impactos dessa prática, que já atinge 11% da área plantada no país, o que o equivalente ao plantio da cultura em Mato Grosso do Sul.
A utilização de sementes irregulares reduz a produtividade, com perdas estimadas, com perdas estimadas em quatro sacas por hectare, o que representa cerca de 17% da produção. Também afeta a arrecadação pública, com previsão de R$ 1 bilhão em impostos que não serão recolhidos ao longo da próxima década em decorrência do comércio ilegal de sementes.
“Ao passo que a pirataria cresce, diminui o interesse das empresas em investir em melhoramento genético. A estimativa é de que até R$ 900 milhões deixem de ser aplicados em pesquisa e desenvolvimento por falta de garantia de retorno”, afirmou Eduardo Leão.
Segundo ele, esse cenário compromete o avanço de novas variedades que buscam características alinhadas às necessidades dos produtores e da sociedade, como maior produtividade, resistência a pragas e adaptação climática. Sem incentivo, reduz-se a oferta de tecnologias que ampliam a disponibilidade de alimentos e contribuem para a segurança alimentar.
Leão destacou ainda que a legislação brasileira permite ao produtor salvar sementes para uso próprio, mas a prática se torna ilegal quando há comercialização irregular, conhecida como “sacaria branca”. Reforçou ainda a importância da aquisição de sementes certificadas por canais formais, como empresas, revendas e cooperativas.
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