Sabe-se que a sociedade enfrenta desafios de grande magnitude atualmente. O aumento no número populacional a nível mundial, as mudanças climáticas e a demanda pela preservação do meio ambiente são fatores indispensáveis quando da consideração de novos objetivos sociais, econômicos e financeiros, afetando consideravelmente todos os setores industriais.
O setor agrícola é um dos mais demandados quando se trata destes desafios atuais. O aumento da demanda por alimentos, os anseios do próprio mercado por uma cadeia de produção sustentável e a escassez de produtos diante das alterações climáticas são alguns elementos de um cenário desafiador para a produção agrícola, principalmente para o Brasil, que é um dos países líderes em exportação de commodities a nível mundial.
Neste aspecto, é importante relembrar que o posicionamento do nosso País como referência agro foi alcançado por meio de uma “revolução” setorial. Conforme relata o professor Antônio Marcio Buainain, docente da Universidade de Campinas e autor do livro Propriedade Intelectual, Royalties e Inovação na Agricultura, nos últimos 50 anos, a partir da década de 1970, houve um salto quali-quantitativo da agricultura, que colocou o país como um dos principais protagonistas do agronegócio mundial: de importador líquido de alimentos e matérias-primas a produtor e exportador de grãos, proteínas, frutas, fibras e uma infinita diversidade de outros produtos.
Podemos elencar alguns fatores básicos que foram essenciais para que esse “Boom” setorial ocorresse: o empreendedorismo do produtor rural brasileiro, o aperfeiçoamento de políticas agrícolas, o fortalecimento do sistema de pesquisa agropecuária, representado pela EMBRAPA e a incorporação de inovações ao processo produtivo são exemplos de pontos de suma relevância para o desenvolvimento setorial ao longo dos últimos anos.
A incorporação de inovações ao processo produtivo, que envolve a adoção de novas tecnologias agrícolas, é um marco para o agronegócio brasileiro. Através dela, foi possível produzir mais, não apenas com o aumento de área plantada, como se presume, mas sim com o melhoramento da eficiência dos instrumentos utilizados no campo, que teve um aumento de produção estimado em 400% entre 1975 e 2020. Essas inovações agrícolas, essenciais para o desenvolvimento do setor no país, estão presentes em defensivos químicos e bioinsumos, , sementes, biotecnologias e em diversos outros instrumentos utilizados no campo e são intrinsecamente relacionadas à ciência, à inovação e à pesquisa e desenvolvimento - a famosa “P&D”, realizada na esfera pública e privada.
A P&D é composta por etapas complexas e que exigem consideráveis esforços como tempo, dinheiro e energia - com grandes riscos de insucesso, para o desenvolvimento de produtos cada vez mais inovadores. No mundo agrícola, sabe-se que as empresas de insumos podem levar anos e até décadas para desenvolver um único produto.
Este novo produto, porém, pode ser uma peça chave para a produção rural, implementando relevantes melhorias no campo e que proporcionam uma melhor qualidade de vida para todos.