Prejuízo estimado é de R$ 750 mil; Ação evidencia capacitação de agentes realizada em julho pelo GAECO e CropLife Brasil.
A Polícia Militar de São Paulo (PMSP) localizou no início de outubro, durante diligência de rotina, uma fábrica clandestina de agrotóxicos na cidade de São José da Bela Vista, região de Franca (SP). No local, um galpão improvisado, foram encontrados infraestrutura, equipamentos e insumos para fabricação e envase de defensivos químicos falsificados. Imagens gravadas pelos agentes mostram o flagrante e o funcionamento do sistema improvisado.
Entre os itens apreendidos estão embalagens, rótulos e tampas falsas, 242 galões de vinte litros, 58 sacos plásticos de armazenamento químico, 2 reservatórios de mil litros com pesticidas falsificados, de valor total estimado em R$ 750 mil reais. Cada galão original tem custo médio de R$ 2,5 mil reais. Na ação, dois aparelhos celulares foram apreendidos. No interior do galpão quatro pessoas foram detidas em flagrante, sendo um adolescente e três maiores de idade. Os adultos permanecem à disposição da Justiça.
Descoberta e desdobramento
A descoberta da fábrica clandestina ocorreu no dia 9/10 enquanto policiais patrulhavam a rodovia vicinal Jorge Luiz, altura km 11, sentido Nuporanga, e averiguavam um caminhão abandonado na via, supostamente com problemas mecânicos. Na ocasião, acionaram a fazenda vizinha em busca do motorista e descobriram o galpão irregular.
A ocorrência no município de São José da Bela Vista, região nordeste do estado, contou com apoio de equipes de policiamento de Franca e Batatais, cidades da região, e com a Polícia Técnico-Científica, que inspecionou o local. Os envolvidos e o material apreendido foram encaminhados à Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Franca, que realiza diligências complementares ao caso, para identificar os financiadores e responsáveis pelos produtos e maquinários.
Combate
A ação evidencia o trabalho de cooperação no combate ao mercado ilegal no agronegócio. Em julho de 2025, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual e a CropLife Brasil realizaram capacitação de policiais militares nos aspectos técnicos da fiscalização, identificação e repressão aos crimes relacionados aos agrotóxicos ilegais. No mesmo mês, uma operação do GAECO e da PM havia apreendido criminosos e agrotóxicos falsificados equivalentes a mais de 150 mil litros.
Em reforço ao trabalho, a CropLife, junto da indústria, realiza a destinação ambientalmente adequada de defensivos agrícolas apreendidos pelos órgãos de repressão e fiscalização estaduais e federais. Ao longo dos últimos quatro anos, cerca de 1,4 mil toneladas foram incineradas. Até agosto de 2025, balanço parcial aponta 212 toneladas de produtos corretamente destinados.
No agronegócio, a estimativa do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF) é que cerca de 25% do mercado de insumos agrícolas no Brasil opera à margem da lei. “Para o combate a este mercado ilícito, a CropLife reitera que é preciso cooperação entre iniciativa privada e poderes públicos, para capacitar profissionais que atuam na fiscalização e conscientizar os produtores rurais, que muitas vezes são vítimas deste tipo de crime”, concluiu Nilto Gomes, gerente de Combate a Produtos Ilegais da CLB.