Eventos tiveram como temática o combate ao mercado agrícola ilegal na região do Matopiba. Na ocasião, associação da indústria e órgãos estaduais assinaram acordos de cooperação técnica para ações conjuntas
Na última semana, a CropLife Brasil (CLB) realizou dois workshops sobre o mercado de agrotóxicos ilegais para capacitar agentes servidores de órgãos de inspeção vegetal e de órgãos policiais. O primeiro evento aconteceu no dia 10 de setembro, em Imperatriz, no Maranhão, e teve o apoio da Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Aged-MA). Já o segundo workshop aconteceu em Palmas, no Tocantins, em parceria com a Adapec-TO.
Ambos os eventos tiveram palestras de representantes da indústria e de órgãos públicos. Apresentações de associadas da CLB como Bayer e Koppert, além de exposições de agentes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e das agências de fiscalização dos estados também foram realizadas. Ao longo dos workshops, a áreas técnicas demonstraram como identificar agrotóxicos, sementes e embalagens falsas, furtadas ou contrabandeadas. Também foram disponibilizadas informações sobre como agir em uma apreensão ou fiscalização de insumos agrícolas, quais canais de denúncia podem ser utilizados e como solicitar o apoio da indústria quando necessário.
“Queremos que todos os participantes tenham consciência que o combate ao mercado ilegal de agrotóxicos não é algo para se resolver sozinho. Não é uma ação isolada dos órgãos de fiscalização, mas uma ação conjunta a qual a indústria também participa. O problema não é apenas de defesa vegetal ou de fiscalização de produto ilegal, mas algo que deve ser enfrentado de maneira integrada. Por isso estamos aqui, em uma ação de responsabilidade corporativa”, esclareceu Nilto Mendes, gerente de Combate a Produtos Ilegais.
Bayer e Koppert falaram da perspectiva e as ações da indústria sobre o tema. “Para a Bayer é muito importante a interação entre poder público e o setor privado para compartilhar informações pois é esse conjunto que funciona no combate ao mercado agrícola ilegal”, ponderou Bruno Silva, analista de Inteligência da área de Segurança de Produto da Bayer.
Já Amanda Gilabel, gerente regional de Desenvolvimento de Mercado da Koppert, ressaltou a importância de agregar o setor de bioinsumos nas ações de capacitação contra o mercado agrícola ilegal. “A CropLife já vem fazendo um trabalho importante, principalmente na área de defensivos químicos, e tem agregado outros segmentos no combate aos produtos ilícitos. Para nós, esse acompanhamento na ponta é extremamente relevante para evitar contaminações nas lavouras e manter a eficácia agronômica”, destacou Gilabel.
Acordo de Cooperação Técnica
A CropLife Brasil também assinou acordos de cooperação técnica com a Aged-MA e Adapec-TO para ações conjuntas de combate ao mercado agrícola ilegal. Além de firmar parceria entre as partes, o acordo busca dar respaldo jurídico para que as ações e trocas de informações tenham amparo legal.
“Estamos aqui com nossos fiscais e agentes convidados dos estados do Tocantins e do Piauí para aprimorar e uniformizar esses procedimentos de combate e fiscalização, de modo a garantir a segurança alimentar e vegetal. Assinamos um acordo de cooperação técnica com a CropLife Brasil para que consigamos realizar essas ações em parceria e elas tenham respaldo jurídico”, explicou Cauê Aragão, presidente da Aged-MA.
O Procurador da República do Ministério Público Federal (MPF) e Coordenador do Fórum Tocantinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, Álvaro Manzano, observou a preocupação com a entrada e utilização de agrotóxicos contrabandeados no Tocantins, estado eminentemente agrícola. “Todos sabemos o quão nocivos esses agrotóxicos são para toda a cadeia agrícola, desde a fabricação desses produtos, que é feita de maneira irregular e sem segurança para a saúde humana e alimentar, além dos impactos econômicos gerados pela falta de tributação na comercialização desses insumos”, observou Manzano.
Os workshops foram realizados pelo Comitê de Combate a Produtos Ilegais da CLB, que, em parceria com o setor público, promove ações de combate a esse mercado pelo país. Essa vertente da CropLife Brasil busca a manutenção da saúde das lavouras brasileiras, da segurança alimentar da população, da eficácia dos produtos agrícolas e da legalidade da agricultura.