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Conhecimento e tecnologia transformam a agricultura familiar

Na maior parte das propriedades rurais brasileiras, a conexão com a terra e o trabalho no campo é uma tradição transferida de pais para filhos, de geração em geração. Mais de 10 milhões de pessoas, em todas as regiões do país, vivem da agricultura familiar.

Segundo o Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE), agricultura familiar é “um sistema produtivo agropecuário em que o núcleo familiar centraliza a gestão da propriedade e a maior parte da mão de obra”.

Mas se engana quem pensa que pequenos produtores não usam tecnologia. Ao contrário! Justamente por não ter muita terra, a tecnologia é a aliada para se aumentar a produtividade, otimizando os recursos e a renda da família.

Para celebrar o dia mundial da agricultura familiar, 25 de julho, a CropLife conversou com produtores rurais de pequenas propriedades de duas regiões do Brasil: Ceará e Santa Catarina. Mesmo em contextos muito diferentes, a busca pelo conhecimento, acesso a tecnologias e a capacidade empreendedora são os pontos em comum da transformação dessas famílias.

Conhecimento técnico e diversificação

Liduína Rocha da Silva (51 anos) e o marido José Expedito da Silva (61) conhecem muito bem essa história.  Com a ajuda dos 3 filhos, tocam um sítio de 5 hectares em Santana do Acaraú, no norte do Ceará, onde o que não falta é trabalho. Para obter bons resultados, a família aposta na diversificação. Atualmente, cultivam aveia, feijão, milho, macaxeira (mandioca) e ainda criam abelhas e galinhas. É essa diversidade de produtos que garante renda o ano todo. “A gente vai passando a experiência de geração pra geração e sabemos que estamos, realmente, no caminho certo”, diz Liduína, se referindo aos netos que já começam a ajudar na propriedade.

Apesar da experiência adquirida ao longo dos anos, a família conta com o acompanhamento de técnicos da Ematerce (Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural) do estado do Ceará. Assim, estão sempre atualizados e adotando novas tecnologias, como o uso sementes de boa qualidade e o manejo adequado dos cultivos. Além disso, para facilitar a comercialização, entregam boa parte da produção para cooperativas da região.

Visão de oportunidades e expansão da oferta

No sul do país, outras jovens famílias seguem essa mesma trilha. Em Campo Alegre (SC), Luana e Adriano Romalho, ambos na casa dos 30 anos, encontram na agroindústria uma boa forma de ganhar a vida.

O casal produz diversos tipos de queijo, iogurtes e doce de leite, vendidos diretamente a consumidores da cidade que, uma vez por semana, recebem tudo fresquinho na porta de casa.

O contato com o público fez surgir uma outra ideia: abrir a propriedade para a visita de turistas. Quem vai conhecer o sítio também pode saborear as delícias preparadas pelo casal composta não só pelos laticínios, mas também por verduras, legumes e frutas colhidos na horta da propriedade. “Quando não conseguimos o necessário para suprir a demanda, recorremos a outros agricultores familiares da região, o que movimenta a economia local e ajuda os produtores”, destaca Luana.

Empreendedorismo e valor agregado

Quando a agropecuária está no DNA, boa formação, um pouco de criatividade e senso de oportunidade podem transformar vidas.

Scheila Carneiro, 32 anos, também de Santa Catarina, é um ótimo exemplo. Filha de pequenos produtores de leite, se viu com um problemão durante a greve dos caminhoneiros, em 2018. Não tendo como transportar o produto e para não desperdiçar o leite, resolveu transformar tudo em queijo.

Na época, Scheila fazia um curso para jovens empreendedores rurais e precisava apresentar um projeto para concluir os estudos. Juntando as dificuldades com as oportunidades, o projeto foi uma queijaria.

Ficou tão bom, que ela ganhou um prêmio. Daí em diante, Scheila foi estudar mais. Aprendeu novas técnicas, adequou a propriedade e construiu sua própria queijaria. “Desde lá, a produção só cresceu. Eu não paro. Hoje, faço 11 tipos diferentes de queijos e com o aprendizado na faculdade de administração de empresas controlo os custos, quantidade e valores”, conta a jovem empreendedora.

A produção dos queijos transformou a vida de toda a família. O marido de Scheila, Lucas, que antes era caminhoneiro, deixou de lado a profissão para se dedicar a atividade.

 

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