Evento realizado em São Paulo conectou autoridades e especialistas no debate sobre biológicos; CropLife evidenciou parceria com Apex Brasil.

O II Fórum de Bioinsumos no Agro, ocorrido nesta quinta-feira (09), destacou o protagonismo do Brasil no uso dos produtos biológicos e o desafio no ambiente regulatório, passado o marco legal da Lei dos Bioinsumos (nº 15.070/2024). O evento, realizado na sede da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (OCESP), na capital paulista, organizou um encontro entre autoridades públicas, lideranças, terceiro setor, produtores, empresários e pesquisadores para debater o futuro do setor.
O encontro promoveu quatro painéis de debate, conectando representantes para intercâmbio de conhecimento e experiências sobre os biológicos, seus desafios e oportunidades. Entre as autoridades presentes na cerimônia de abertura, estiveram o vice-presidente da Fiesp, Roberto Betancourt; o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Sergio Bortolozzo; o presidente da OCESP, Edivaldo Del Grande; a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá; e o secretário da Agricultura do Estado de SP, Guilherme Piai.

A diretora de Bioinsumos da CropLife Brasil, Amália Borsari, painelista na quarta mesa redonda que debateu sobre “Regulamentação: questões relevantes e perspectivas sobre a Lei dos Bioinsumos” trouxe o esforço da indústria no tema e evidenciou o Projeto Bioinsumos do Brasil de exportação do produto, realizado em parceria com a ApexBrasil. Para ela, o diálogo entre governo, indústria e pesquisa é chave para que o país cresça de forma responsável e sustentável nesse novo ciclo dos biológicos.
“A Lei dos Bioinsumos — sancionada há menos de um ano — foi um marco ao reconhecer que os produtos de origem biológica não se encaixam nos modelos tradicionais de fertilizantes ou defensivos. Agora, a regulamentação precisa dar segurança jurídica e técnica para esse novo setor. A CLB tem trabalhado, junto ao GT coordenado pelo MAPA, em torno de três princípios que consideramos inegociáveis: base científica e técnica, previsibilidade regulatória e convergência internacional. Essa agenda é também o eixo central do Projeto Bioinsumos do Brasil, realizado em parceria entre a CropLife e a ApexBrasil. O objetivo é posicionar o Brasil como um hub global de inovação e exportação de bioinsumos, consolidando uma imagem de país com regulação moderna, pesquisa de ponta e compromisso com sustentabilidade”, apresentou Amália, em sua fala.

A programação do seminário trouxe ainda representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento de SP (SAA), do Instituto de Estudo do Agronegócio (IEAg), da FGVAGRO, do Sebrae-SP, da Greenhas, da ABINBIO, GAAS, Sindiveg, Abisolo, FAESP, Fipe, Senar e associadas CLB. O discurso de fechamento ficou por conta do professor Roberto Rodrigues, docente emérito da Fundação Getúlio Vargas e enviado especial da Agricultura na Conferência do Clima da ONU, a COP30, que ocorre em novembro em Belém, Pará. O II Fórum Bioinsumos no Agro tem promoção da Embrapa, Sistema OCESP e SRB, com apoio institucional da CropLife Brasil.
Setor em crescimento
Levantamento da CropLife Brasil, em parceria com a consultoria Blink, aponta que o mercado brasileiro de biológicos encerrou a Safra 2024/25 com crescimento de 15%, alcançando 158,6 milhões de hectares tratados. O setor segue com expansão média anual de 22%, índice quatro vezes superior à média global. Entre 2014 e 2024, o número de empresas de bioinsumos registrados no país saltou de 8 para 53, respectivamente, um aumento de mais de mais de 600% em 10 anos.