Home Notícias COP Bio 16: Brasil mostra união entre conservação da biodiversidade e desenvolvimento agrícola
Notícias

COP Bio 16: Brasil mostra união entre conservação da biodiversidade e desenvolvimento agrícola

Conferência da Biodiversidade da ONU acontece a partir da próxima semana em Cali, na Colômbia. Preservação do meio-ambiente é estratégica para a sustentabilidade da agricultura no planeta

bandeira-Bogota-Colombia_Cesar-Carrion_Presidencia-de-Colombia

(César Carrión/Presidência da Colômbia, PDM)

As conferências das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, as COPs, têm atraído a atenção da sociedade devido a crescente urgência de adaptação às temperaturas mais elevadas do planeta. O Brasil está no centro dos debates, como nação fundamental e referência para a mitigação dos impactos das transformações do clima, mas também para garantia da segurança alimentar global. O país ainda sediará a COP 30, em 2025.

No entanto, os olhos da sociedade devem se voltar para outra conferência, que começa na próxima segunda-feira (21), em Cali, na Colômbia: a 16ª edição da Conferência da Biodiversidade das Nações Unidas. O Brasil, país com a maior biodiversidade do planeta, é um dos mais interessados nas discussões que serão realizadas no Vale do Cauca. E a questão ambiental é estratégica para a sustentabilidade da produção agrícola brasileira.

A expectativa é de que a COP 16 receba representantes de 196 países e apresente propostas para a implementação do Marco Global da Biodiversidade Kunming-Montreal (KMGBF, em inglês), considerado o “Acordo de Paris da Natureza”, assinado há dois anos, no Canadá, durante a COP 15. Entre os desafios, os países membros deverão encontrar uma solução para a lacuna de US$ 200 bilhões anuais para proteger e restaurar a natureza global.

O KMGBF estabelece 23 metas a serem a serem alcançadas até 2030, com o intuito de frear a perda de biodiversidade e promover a recuperação. As metas visam preservar ecossistemas por meio do desenvolvimento sustentável, garantir a remuneração justa a países pelo uso de recursos genéticos e assegurar a disponibilidade de financiamento para a implementação.

Com esses compromissos assumidos, os signatários deverão apresentar Estratégias e Planos de Ação Nacionais para a Biodiversidade (NBSAPs, em inglês) que deverão estar alinhadas com as metas do KMGBF. Até o final de setembro, 24 países já haviam submetido as estratégias e planos para a COP.

Como a agricultura está inserida nesse contexto?

(Banco de Imagens/CropLife Brasil)

O Brasil deve participar ativamente da COP 16 por abrigar 15% da biodiversidade do planeta e pela relevância do tema, que está diretamente relacionado ao futuro de vários setores da economia nacional, especialmente a agricultura. A proteção aos ecossistemas e à biodiversidade são fundamentais para as questões relacionadas ao meio-ambiente, para a sustentabilidade da produção agrícola e para  posicionar o país como líder global em práticas de baixo impacto ambiental no campo.

“Ecossistemas saudáveis ajudam a manter a fertilidade do solo, controlar pragas e doenças e garantir a polinização de diversas culturas,” explica a gerente de Sustentabilidade e Stewardship da CropLife Brasil (CLB), Claudia Quaglierini, que tem grande experiência no trabalho com polinizadores naturais, como as abelhas. Ela, o diretor Arthur Gomes e a gerente de Comunicação e Clima da CLB, Renata Meliga, estarão na Colômbia.

O Brasil tem grande potencial para assumir uma posição de liderança nas mesas de negociações, não apenas pela rica biodiversidade que representa, mas pelas soluções que já implementa, como as práticas conservacionistas de agricultura regenerativa.

“O Brasil é pioneiro na implantação de medidas sustentáveis na agricultura, como os sistemas de Plantio Direto, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), Recuperação de Pastagens Degradadas e Bioinsumos, tecnologias adotadas e preconizadas pelo Plano ABC+, do Ministério da Agricultura, para o cumprimento das metas climáticas pela agricultura e redução de Gases de Efeito Estufa (GEE)”, destacou o presidente da CropLife Brasil, Eduardo Leão. “São práticas que o país pode sempre levar à mesa de negociações,” alertou.

As metas e regulamentações definidas na COP 16 permitirão ao agronegócio brasileiro se antecipar às exigências dos mercados internacionais, para agregar valor à produção e consolidar o país como referência em produção sustentável. “O Brasil tem a oportunidade de demonstrar que é possível unir desenvolvimento agrícola e conservação da biodiversidade,” finalizou Leão.

Paulo Roberto D’Agustini/CropLife Brasil

Aviso de cookies
Usamos cookies para melhorar a experiência de nossos usuários em nosso site. Ao acessar nosso conteúdo, você aceita o uso de cookies como prevê nossa política de cookies.
Saiba Mais