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CropLife Brasil destinou mais de 390 toneladas de produtos agrícolas ilegais em 2023

Ao longo dos últimos quatro anos, cerca de 1,114 mil toneladas foram destinadas pela associação por meio de acordos com órgãos fiscalizadores e de repressão

(Foto: Divulgação/Shutterstock, INC)

(Foto: Divulgação/Shutterstock, INC)

 

De acordo com um levantamento do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), o Brasil teve um prejuízo aproximado de R$ 20,8 bilhões em perda de arrecadação com impostos e danos causados ao setor produtivo por contrabando e pirataria de defensivos agrícolas. Os dados, divulgados no fim do ano passado, são referentes a 2022, mas dão uma ideia do tamanho do problema.

Por conta disso, desde 2020, a CropLife Brasil (CLB), associação de empresas que atuam na pesquisa e no desenvolvimento de tecnologias para produção agrícola sustentável, garante a destinação correta de produtos apreendidos por autoridades públicas parceiras. Em 2023, a entidade destinou 390,711 toneladas para incineração ambiental e ecologicamente adequada.

Nilto Mendes, gerente do Comitê de Combate a Produtos Ilegais da CropLife Brasil

 

Ao longo dos últimos quatro anos, cerca de 1,114 mil toneladas de defensivos agrícolas ilegais foram destinadas pela CLB. “Parcerias com órgãos fiscalizadores, como Ministério da Agricultura e Pecuária, Anvisa e Ibama, e de repressão, como a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Civil, garantem a destinação correta dos produtos apreendidos, que deve ser sempre por incineração, por conterem resíduos químicos, e em usinas certificadas e capacitadas para esse tipo de serviço, sem riscos à saúde humana”, explica Nilto Mendes, Gerente de Combate a Produtos Ilegais da CLB.

O número de apreensões e destinações mais que dobrou nos últimos quatro anos: de 301 toneladas em 2020/2021 para 813 toneladas em 2022/2023. De acordo com Mendes, o dado é positivo, pois reflete o trabalho de educação e conscientização realizado com os profissionais de segurança pública e os produtores rurais.

Eduardo Leão, presidente da CropLife Brasil (Foto: Divulgação/CLB)

 

“É extremamente importante que o produtor esteja ciente dos riscos que o uso de insumos ilegais no campo traz tanto para a saúde de quem maneja esses produtos quanto para quem consome o alimento cultivado com esse tipo de substância. Sem mencionar o prejuízo econômico que esses crimes acarretam para a economia brasileira. Por isso, além de conscientizar o produtor rural, apoiamos os agentes de fiscalização e as forças de segurança”, reforça o Eduardo Leão, presidente da CLB.

Agricultor de Valor e parceria com a USP

 

A CLB promove ações de conscientização, como a campanha Agricultor de Valor, que tem o objetivo de alertar agricultores sobre o uso de ilegais na produção agrícola. A iniciativa ainda oferece um canal seguro e anônimo de denúncias, onde o visitante pode denunciar o uso ou o comércio de produtos ilegais em qualquer propriedade.

Além disso, uma parceria da entidade com a Escola de Segurança Multidimensional (ESEM), do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da Universidade de São Paulo (USP), com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil, promove desde 2022, um programa de treinamento direcionado às forças públicas de segurança, órgãos de fiscalização ambiental, agrícola e de saúde, e Poder Judiciário.

(Foto: Divulgação/ESEM)

 

O Programa de Formação para o Combate aos Mercados de Insumos Agrícolas Ilegais está com inscrições abertas e gratuitas para o quarto e último módulo. o Curso de Investigação de Insumos Agrícolas Ilegais. A formação online pode ser realizada até o dia 9 de abril e conta com 30 horas de conteúdo. No fim do ano passado, ESEM e CLB anunciaram a continuidade do programa para 2024.

“A partir da parceria com a Escola de Segurança Multidimensional (ESEM/IRI/USP), conseguimos oferecer aos participantes uma visão didática sobre a dimensão do mercado de insumos agrícolas ilegais, com conhecimentos práticos aplicáveis no dia a dia dos agentes de segurança, como a condução da perícia e a produção de provas, a cadeia de custódia e a tipificação penal”, explica o gerente da CLB, Nilto Mendes.

Somente nos três primeiros módulos do programa foram mais 3,9 mil inscritos e 1,75 mil alunos certificados. “É um nível de aderência muito positivo, principalmente entre profissionais da área de segurança. Acreditamos que é necessário um reforço nas políticas de repressão a estes ilícitos. Nesse cenário, a educação é um meio fundamental para atingir esse objetivo, por isso, é essencial investir na capacitação dos profissionais para reconhecer e apreender o produto ilegal e, claro, na conscientização do agricultor sobre os perigos do uso desses produtos, sejam eles defensivos químicos, biológicos ou até mesmo sementes”, salienta Eduardo Leão.

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