Home Notícias A sustentabilidade só acontece com boa governança
Notícias

A sustentabilidade só acontece com boa governança

Conheça o Guia de Boas Práticas Anticorrupção da Agroindústria lançado pelo Pacto Global da ONU no Brasil

Reforçar o compromisso com a ética e a integridade dos negócios é uma iniciativa fundamental para avançarmos com o desenvolvimento sustentável. Dessa maneira, o Pacto da ONU no Brasil desenvolveu o Guia de Boas Práticas Anticorrupção da Agroindústria para fornecer orientações e compartilhar boas práticas para empresas e diferentes organizações.

O guia é uma ferramenta educativa e de conscientização, que contribui para o combate à corrupção e promoção da integridade no ambiente de negócios no país. Lançado em abril de 2022, com o apoio de 17 empresas do setor agroindustrial, resultado do trabalho na iniciativa voluntária Ação Coletiva Anticorrupção do Pacto Global da ONU no Brasil.

O que representa a Ação Coletiva da Agroindústria? 

A Ação Coletiva do Setor da Agroindústria criada em 2019 com o objetivo principal de mobilizar o setor em diferentes frentes de atuação. A fim de consolidar um ambiente ético e saudável, com integridade e livre de corrupção.

O agronegócio, certamente, representa um dos setores mais relevantes em termos econômicos no Brasil. Em 2022, a participação do agro no Produto Interno Bruto (PIB) nacional alcançou 24,8%, no índice calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Com sua relevância, contudo, vem a responsabilidade de trazer bons exemplos e de ser modelo de conduta na luta contra a corrupção, contra práticas ilícitas de lavagem de dinheiro e contra condutas que desrespeitem a livre concorrência.

De acordo com a coordenadora da Plataforma Anticorrupção do Pacto Global da ONU no Brasil, Camila Araújo, “Por meio da Ação Coletiva da Agroindústria, independentemente do tamanho do negócio, o guia de boas práticas oferece orientação adequada e acessível observando diferentes mecanismos legais e exemplificando práticas adotadas por profissionais de alto nível sobre como lidar com as adversidades do setor. Trata-se de um importante instrumento para o fortalecimento e promoção da cultura de integridade no setor agroindustrial brasileiro.”

Quais são os principais temas que o Guia aborda?

O Guia de Boas Práticas Anticorrupção da Agroindústria é uma publicação que agrega valor para grandes, médias e pequenas empresas, pois aborda questões relacionadas ao mercado atual. Como resultado foram mapeados oito temas entendidos como de maior risco de corrupção e compliance pelos seis segmentos representados na iniciativa: cítricos; insumos; papel e celulose, proteína; proteína animal; e sucroalcooleiro.

 

Guia de Boas Práticas Anticorrupção da Agroindústria

BAIXE O GUIA

 

  1. Relacionamento com o poder público e instituições internacionais

Pela sua importância, a agroindústria interage com o poder público e entidades privadas, nacionais e estrangeiras. Por conseguinte, as empresas podem e devem colaborar com o poder público. Seja na formulação, melhoria e adoção de leis, regulamentos e políticas que permitam que o mercado se desenvolva de forma justa e plena, como também na geração de resultados em prol do setor e da sociedade. Ao passo que entre as boas práticas recomendadas, estão:

 

  1. Combate à corrupção, à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo

Nesse tema, os membros da Ação Coletiva estão comprometidos na disseminação da integridade no ambiente empresarial, público ou privado, para o cumprimento das legislações nacional e internacional de combate à corrupção, principalmente, mas não se limitando à Lei Anticorrupção Brasileira, nº 12.846/2013, Lei de Práticas de Corrupção no Exterior (FCPA – Foreign Corrupt Practices Act) e Lei do Suborno do Reino Unido (UK Anti-Bribery Act).  É recomendado:

 

  1. Meio Ambiente, responsabilidade social, governança corporativa e direitos humano

O tema ESG (Enviromental, Social and Governance), cada vez mais adotado pelas empresas, traduz o compromisso delas de adotarem estratégias para a preservação do meio ambiente, redução das desigualdades sociais, gestão consciente e íntegra e a melhoria da governança corporativa das empresas.

 

O Guia estabelece que:

 

  1. Defesa da livre concorrência

Uma prática que se aplica ao agronegócio é a livre concorrência na qual pessoas física ou jurídica têm a liberdade de decidir o melhor preço e condição de venda. No Brasil, a lei de livre concorrência, também chamada de antitruste, tem como meta preservar o mercado competitivo para que empresas menores e consumidores não se prejudiquem. Afinal, violar as normas pode levar a sanções administrativas e até configurar crime, com risco de prisão, condenação em processo civil e indenizações a parte lesada. Entre as boas práticas do Guia Anticorrupção, estão:

 

  1. Conflito de interesses

Quando um colaborador ou pessoa próxima sofre influência a agir por seus interesses pessoais desconsiderando o interesse da instituição, há um conflito de interesses. Para evitar essa situação, sugere-se:

 

  1. Doações e Patrocínios

Doações e patrocínios são práticas comuns nas empresas. A doação é qualquer contribuição, financeira ou não a terceiros, quando não há em troca um benefício ou uma contrapartida. Quando há uma contrapartida, é considerado patrocínio. Para não haver problemas, algumas recomendações:

 

  1. Brindes, presentes e hospitalidades

No ambiente corporativo, também é uma prática comum a concessão e o aceite de brindes e hospitalidades. Mas, para que não haja uma interpretação equivocada, atente-se para uma condução adequada, que não ultrapasse limites em uma negociação comercial. A Ação Coletiva Anticorrupção chama atenção para observar o Decreto de Agendas Públicas, o qual regulamenta a Lei nº 12.813/2013 que dispõe sobre o tema. Além disso, orienta:

 

  1. Medidas para prevenção, detecção e correção

No Brasil, a lei anticorrupção (12.846/2013) prevê penalidades severas aos seus infratores. Sabendo disso, as empresas devem criar um programa de integridade, ou seja, estabelecer regras para garantir o cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis às suas atividades. A alta direção das indústrias, como resultado, deve estar envolvida para a construção de um programa eficaz. Entre as recomendações do Guia de Boas Práticas na elaboração de um programa de integridade, estão:

O Pacto Global da ONU no Brasil entende que as regras contidas no Guia de Boas Práticas Anticorrupção da Agroindústria podem auxiliar as instituições e empresas do setor do agronegócio na prevenção e combate à corrupção, fortalecendo todos os envolvidos – empresas, consumidores, colaboradores e a sociedade em geral.

Quem é o Pacto Global?

O Pacto Global foi criado em 2000 pelo então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan. É uma iniciativa para as empresas alinharem suas estratégias e operações para os dez princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Possui mais de 19 mil membros em 160 países.

No Brasil, o Pacto Global da ONU foi criado em 2003. Hoje, é a terceira maior rede local do mundo, com mais de 1,5 mil membros. Os projetos conduzidos por tal são desenvolvidos dentro de Plataformas de Ação. Entre elas: Água e Saneamento, Agro Sustentável, Energia e Clima, Direitos Humanos e Trabalho, Anticorrupção, Engajamento e Comunicação.

Aviso de cookies
Usamos cookies para melhorar a experiência de nossos usuários em nosso site. Ao acessar nosso conteúdo, você aceita o uso de cookies como prevê nossa política de cookies.
Saiba Mais