Há estudos que poderão permitir, no futuro, que as plantas sejam usadas como biofábricas de medicamentos e vacinas. Já existem, em estágio avançado de pesquisa, plantas mais bem adaptadas a condições adversas de clima (resistência à seca) e solo (resistência à alta salinidade). Por conta dessas características, elas possibilitam menores perdas para a agricultura e possibilidades de cultivo onde antes não era possível.
Além disso, em breve deverão estar disponíveis no mercado plantas com características diferenciadas, como maior teor de óleo, proteínas ou vitaminas, o que aumentará os benefícios oferecidos aos consumidores. Existe, ainda, o potencial da aplicação da biotecnologia em animais.
Um exemplo já avaliado e aprovado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) no Brasil é o mosquito Aedes aegypti transgênico, que combate a proliferação do inseto transmissor de doenças como dengue, febre amarela, zika, febre chikungunya e encefalite do Nilo. Somente a fêmea do Aedes pica o ser humano e transmite esses vírus. O macho não é capaz de picar, então ele foi geneticamente modificado para gerar uma prole que não chega à fase adulta, na qual transmitiria as doenças.
Outro destaque das aplicações da biotecnologia são especialistas e instituições nacionais e internacionais que pesquisam maneiras de reproduzir em laboratório a seda da teia de aranha, material mais resistente que o aço, cinco vezes mais flexível que o nylon, extremamente leve, biodegradável e biocompatível com o organismo humano. Seria impossível, porém, obter seda suficiente a partir da “criação” de aranhas.
Reproduzir essa via metabólica por meio da biotecnologia pode incrementar diferentes indústrias, como a têxtil, médica, automobilística, de segurança e engenharia. No primeiro semestre de 2016, a empresa japonesa Spiber, em parceria com a marca norte-americana North Face, lançou no mercado o primeiro casaco feito à base de teia de aranha sintética. O tecido foi desenvolvido a partir de microrganismos geneticamente modificados criados em fermentadores, capazes de produzir a proteína da seda em escala comercial.