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O cultivo de plantas transgênicas no Brasil

Uma das primeiras plantas transgênicas no Brasil foi a soja. Quando agricultores do estado do Rio Grande Do sul, em 1998, adotaram a tecnologia que já trazia benefícios a produtores dos Estados Unidos e Argentina. 

Lembre-se: todo transgênico é um organismo geneticamente modificado (OGM) que recebeu pelo menos um gene de outro ser vivo pertencente a uma espécie diferente.

Nos 23 anos subsequentes agricultores brasileiros têm buscado cada vez mais por essa tecnologia e garantido uma produção mais sustentável e lucrativa. Ao longo desse período, houve, por exemplo, redução na aplicação de defensivos por hectare e diminuição das perdas em virtude do ataque de pragas. Como consequência, a produtividade e o rendimento das lavouras GM foram, em média, maiores do que em plantios convencionais

Disponibilidade de plantas transgênicas no Brasil

A primeira planta transgênica no Brasil, uma soja tolerante a herbicida, foi liberada para o cultivo comercial em outubro de 1998. Essa tecnologia permitiu o emprego de defensivos químicos mais eficientes e também a prática do plantio direto – prática de manejo de solo advinda da agricultura orgânica que permite o plantio de nova safra sobre a palha da anterior – com isso é garantido uma melhor sanidade do solo e o melhor controle e manejo de plantas daninhas.

Desmistificando a soja transgênica

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Até 2005 apenas a soja aprovada em 1998 e um algodão resistente a insetos foram aprovados para plantio no Brasil. A biotecnologia empregada no algodão auxilia o produtor no combate a pragas no campo sem o uso excessivo de defensivos químicos e ainda garante uma maior produção ao ano.

Desmistificando o algodão transgênico

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O baixo número de novos OGM em sua primeira década de adoção, é resultado dos questionamentos relacionados à primeira Lei de Biossegurança de 1995. A sua revisão e harmonização levou à aprovação da nova Lei de Biossegurança (11.105/05) que, entre outras modificações, legitimou o papel técnico científico da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).

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Entre 2006 e 2020, foram aprovadas 106 das 108 plantas geneticamente modificadas autorizadas para cultivo no Brasil. As culturas para as quais existem tecnologias OGM aprovadas no país são:

Plantas transgênicas no Brasil

Os produtos contemplam diferentes cultivares desenvolvidas via melhoramento genético que receberam novos atributos ao passarem pela engenharia genética. Características essas que não poderiam ser alcançadas sem o uso da biotecnologia, sendo elas:

Plantas transgênicas no Brasil

Tecnologias disruptivas 

Em 2007 houve a aprovação dos primeiros eventos de milho transgênico no Brasil, uma dessas plantas apresenta a combinação de tolerância a herbicida e resistência a insetos, tecnologia que proporciona uma melhor proteção à planta e redução das perdas de produtividade.

Além disso, o agricultor economiza em aplicações de inseticidas, gastos com combustível e água. A rápida adoção do milho transgênico no Brasil revela o quanto os produtores identificaram tais benefícios. 

Desmistificando o milho transgênico

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Em 2011 a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) adicionou o feijão ao portfólio de plantas geneticamente modificadas aprovadas no Brasil. Considerada uma grande inovação, os pesquisadores brasileiros utilizaram pedaços de DNA do próprio vírus causador do mosaico dourado (uma das principais doenças do feijão) para torná-lo resistente ao microrganismo

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Outro evento que merece destaque é o eucalipto transgênico que teve sua aprovação (2015) para cultivo concedida primeiramente no Brasil. A tecnologia em questão apresenta crescimento mais rápido e maior produção de madeira. O ganho de produtividade pode provocar diminuição da área plantada, resultando em ganhos ambientais. 

O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) de Piracicaba, São Paulo também foi responsável pelo desenvolvimento e aprovação na CTNBio, em 2017, da cana-de-açúcar resistente a principal praga da cultura: a broca-da-cana (Diatraea saccharalis). Uma espécie de mariposa que pode ocasionar perdas de até R$5 bilhões ao ano na produção de cana. 

Adoção de plantas transgênicas no Brasil 

Tanto no mundo como no Brasil as plantas transgênicas representam a tecnologia agrícola de mais rápida adoção da história. De acordo com o Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações de Agrobiotecnologia (ISAAA) em 1996 eram 1,7 milhão de hectares cultivados no mundo com transgênicos que atingiram 190,4 milhões de hectares em 2019, ou seja, um aumento de 112 vezes no período analisado.  

A biotecnologia aumentou a produtividade agrícola nas últimas duas décadas e a produção de alimentos derivados dessas plantas nos países que cultivam produtos transgênicos.

O Brasil não fica para trás, a adoção da soja transgênica em 1998 que ocorreu em poucos hectares do Rio Grande Do Sul, se espalhou pelo país e hoje ultrapassa os 52 milhões de hectares cultivados com plantas GM. Área que representa aproximadamente 28% de todo o cultivo global de transgênicos.

Em 2019, 99% do algodão cultivado no Brasil foi realizado com plantas OGM, o mesmo aconteceu para 98% da soja e 89% do milho. Além disso, a cana transgênica, disponibilizada recentemente aos agricultores (2018) já foi cultivada em cerca de 1% das lavouras de cana-de-açúcar brasileiras.

Desmistificando a cana transgênica

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Plantas transgênicas no Brasil

 

Dados mais recentes da Consultoria Spark smarter decisions sobre a adoção de transgênicos  nas culturas de soja, milho e algodão, cultivadas no Brasil, durante a safra 19/20 mostram crescimento no uso de sementes de milho transgênico e estabilidade para as outras duas culturas. 

A pesquisa da Spark também acompanhou quais foram as tecnologias adotadas pelos produtores de soja, milho e algodão. No período avaliado as plantas que apresentavam tecnologia de resistência a inseto somada a tolerância a herbicida foram as mais utilizadas.

Ou seja, o agricultor reconhece as vantagens e benefícios de tecnologias modernas que adicionam diferentes características em uma mesma semente.  

Afinal, é uma tecnologia que traz proteção às plantas frente a pragas, maior facilidade de manejo e otimiza o uso de recursos necessários para a produção agrícola. 

Desmistificando o eucalipto transgênico

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Plantas transgênicas no Brasil

De modo geral, o contínuo crescimento da adoção de plantas transgênicas no Brasil tem demonstrado muitos impactos positivos aos produtores, mas também grandes benefícios ao meio ambiente. Basta observar que o cultivo de OGM vem permitindo a preservação da água, por meio da redução de seu uso e do solo pela redução da erosão.

Além disso, contribuem com a redução da emissão de gases do efeito estufa, do uso de defensivos químicos e também do desmatamento, uma vez que há maior produtividade por hectare plantado.

Transgênicos no Brasil

E caso você esteja se perguntando se os transgênicos fazem mal:  é importante deixar claro que, depois de mais de 20 anos de adoção, nunca houve nenhum caso documentado de plantas GM que tenha causado impacto negativo aos seres humanos, animais  ou meio ambiente. 

 

Principais fontes:

Agroconsult. 20 anos de transgênicos: benefícios ambientais, econômicos e sociais no Brasil. Disponível em: https://croplifebrasil.org/publicacoes/20-anos-de-transgenicos-beneficios-ambientais-economicos-e-sociais-no-brasil/. Acesso em: 30/12/2020.

CONAB. SÉRIE HISTÓRICA DAS SAFRAS. Disponível em: https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/serie-historica-das-safras. Acesso em: 30/12/2020.

ISAAA. Global Status of Commercialized Biotech/GM Crops in 2019: Biotech Crops Drive Socio-Economic Development and Sustainable Environment in the New Frontier. ISAAA Brief No. 55, 2020.

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