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Trabalhadores rurais: protagonistas da inovação no campo

Quando mencionamos trabalhador rural, nem imaginamos de que perfil de profissional estamos falando. Grande parte disso se deve ao fato de que os trabalhadores que acompanham a inovação precisam se adaptar e mudar a cada dia. Sem falar que é preciso diversificar os perfis, ou seja, o mercado de trabalho no agronegócio reúne trabalhadores de diferentes especialidades e formações.

Equipamentos cada vez mais sofisticados, e caros, precisam de operadores bem formados e preparados para garantir a qualidade de plantios, colheitas e operações de manejo das lavouras.

Para lidar com gado, é preciso entender de inseminação, de controle leiteiro, da vacinação, da dieta equilibrada e sobretudo, do bem-estar animal.

Profissões como técnico em agropecuária, agrônomo, veterinário e zootecnista são cada vez mais valorizadas e atraem até os jovens urbanos.

Produzir mais, no mercado agrícola, é uma necessidade. Em apenas 30 anos, estima-se que seremos quase 10 bilhões de pessoas para alimentar. Considerando que, no último século, já quintuplicamos a produção de grãos no agro brasileiro, como produzir ainda mais? E como fazer isso, ao mesmo tempo, que precisamos reduzir os impactos ambientais? A resposta para essas perguntas está no uso da tecnologia na agricultura, aproveitando todas as possibilidades que a inovação oferece.

Mais espaço no mercado de trabalho

Nicole Rennó

Economista e pesquisadora do Cepea

Em 2020, o agronegócio empregou mais de 17 milhões de pessoas, 20% da população ocupada no país. Mesmo em tempos de pandemia, a situação no setor foi bem melhor que a média. “O agronegócio, em geral, não foi tão afetado pela Covid-19. Alguns setores da agropecuária, como o de flores, produtores menores das cadeias de hortifrutícolas, produtores de leite sentiram o efeito da pandemia no começo, mas em média o cenário foi muito bom. Quando muitas atividades pararam, o agronegócio não pôde parar porque grande parte dele é de atividade essencial ao alimento”, explica a pesquisadora Nicole Rennó, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Esalq/USP (CEPEA).

Em alguns segmentos, o número de vagas até cresceu. “As atividades que mais contribuíram para o aumento do número de trabalhadores foram na agropecuária: a produção de cereais (+7,1%); horticultura (+11,7%); café (+2,5%), suínos (+2,7%) e aves (+9,2%), na agroindústria de óleos vegetais (+20,8%) e na indústria do abate (+3,9%)”, diz Rennó.

Novas oportunidades

As oportunidades no campo, hoje, vão bem além das profissões clássicas como operadores de máquinas, colhedores e peões. Além de fazendas, cooperativas, consultorias e empresas de agricultura digital estão em busca de profissionais com outras formações para atender às necessidades de um mundo cada vez mais globalizado e competitivo. Afinal, atualmente, o que acontece na China literalmente interfere no agronegócio brasileiro.

De acordo com a Fundação Getulio Vargas, segmentos como Comércio e Relacionamento Internacional; Gestão de Riscos no Agronegócio; Logística e Produtividade estão em alta e procuram trabalhadores capazes de traçar estratégias para escoamento de safras, formação de preços agrícolas e relações com o mercado internacional.

Até o profissional de meteorologia, que elabora estudos e interpreta de maneira correta as mudanças climáticas e seus impactos na agricultura, tem espaço no novo mercado de trabalho do agronegócio.

E as perspectivas para o futuro são boas. “Ainda não temos dados para 2021, mas acredito que vai ser um ano melhor em termos de população ocupada para o agronegócio. Os preços agrícolas ainda estão em patamares elevados e deve continuar para grande parte dos produtos ao longo de 2021. Temos boas perspectivas para a demanda externa e taxas de câmbio favorecendo também as atividades exportadoras do agronegócio”, diz Nicole Rennó.

 

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