Rosalind Franklin: a descobridora esquecida da estrutura do DNA
Rosalind Franklin foi uma das maiores cientistas do século XX, ela fez importantes contribuições na área da química física e na compreensão da estrutura do DNA, como o entendimento das estruturas moleculares do DNA, RNA, vírus, carvão mineral e grafite.
Apesar de seu trabalho inovador, ela foi muitas vezes esquecida pelos homens com quem trabalhava e suas contribuições para a descoberta da estrutura do DNA tiveram, na verdade, mais reconhecimento após sua morte.
Neste artigo, vamos explorar a vida e as contribuições de Rosalind Franklin e como ela ajudou a moldar a história da ciência.
Quem foi Rosalind Franklin?
Rosalind Franklin nasceu em Londres em 1920, era filha de um banqueiro judeu. Ela estudou na Universidade de Cambridge, onde se formou em Ciências Naturais no ano de 1941.
Já em 1945, Rosalind se mudou para Paris e começou a trabalhar com Jacques Mering na École Normale Supérieure, estudando a estrutura do carvão ativado. Após algum tempo, em 1947, ela voltou para a Inglaterra e começou a trabalhar no King’s College, em Londres, onde se envolveu no estudo da estrutura do DNA.
O trabalho de Rosalind Franklin na estrutura do DNA
Rosalind Franklin foi contratada para trabalhar no King’s College em Londres em 1951, onde se envolveu no estudo do DNA, trabalhando ao lado de Maurice Wilkins. Ela usou a técnica de difração de raios-X para estudar a estrutura do DNA, uma técnica que ela mesma aprimorou e desenvolveu ao longo dos anos.
Então, Franklin obteve imagens de difração de raios-X que mostravam a forma helicoidal da molécula de DNA, permitindo que outros cientistas pudessem estudá-la em mais detalhes. As imagens da cientista foram fundamentais para a descoberta da estrutura do DNA, que foi apresentada em um artigo de Francis Crick e James Watson em 1953.
Entretanto, Rosalind Franklin sofreu na pele o machismo, e não recebeu o reconhecimento que merecia por suas contribuições, assim seu papel nesta descoberta foi frequentemente subestimado.
Em 1952, Francis Crick e James Watson, dois colegas de trabalho de Franklin, apresentaram um artigo sobre a estrutura do DNA, que foi publicado na revista Nature. A dupla de cientistas foi agraciada com o Prêmio Nobel de Medicina em 1962. No entanto, o artigo de Crick e Watson se baseou em grande parte nas imagens de difração de raios-X obtidas por Rosalind Franklin, sem seu consentimento ou reconhecimento.
Nos anos seguintes, a importância do trabalho de Franklin na descoberta da estrutura do DNA foi finalmente reconhecida. A cientista, agora, é amplamente considerada uma das maiores cientistas da história, cujo trabalho foi fundamental para o avanço da biologia molecular. Além disso, sua técnica de difração de raios-X tornou-se uma ferramenta valiosa em muitas áreas da ciência.
O legado de Rosalind Franklin
Rosalind Franklin morreu de câncer no ovário em 1958, aos 37 anos, antes mesmo de Crick, Watson e Wilkins serem agraciados com o Prêmio Nobel de Medicina. E apesar de ter sido esquecida por muitos anos, a contribuição dela na descoberta da estrutura do DNA foi finalmente reconhecida com o passar dos anos.
Desde então, os avanços na tecnologia do DNA têm sido imensos, e o estudo do DNA de Rosalind Franklin continua sendo relevante em muitas áreas da ciência. Algumas aplicações importantes incluem:
Diagnóstico médico: A análise de DNA é usada rotineiramente para diagnosticar condições médicas, desde doenças genéticas raras até câncer. Isso pode ajudar os médicos a escolher os tratamentos mais eficazes e personalizados para cada paciente.
Medicina personalizada: A análise do DNA também é usada para identificar variações genéticas que afetam a resposta dos pacientes aos medicamentos. Isso pode ajudar a personalizar a dosagem e o tipo de medicamento prescrito, maximizando sua eficácia e minimizando os efeitos colaterais.
Melhoria de culturas agrícolas: A análise do DNA é usada para melhorar a produção agrícola, identificando características genéticas que afetam o crescimento, a resistência a doenças e a qualidade dos alimentos.
Testes de ancestralidade: Muitas empresas de testes genéticos oferecem testes de ancestralidade, que usam a análise do DNA para rastrear as origens geográficas dos indivíduos.
Identificação forense: A análise do DNA é usada para identificar indivíduos em casos criminais, ajudando a resolver crimes e a exonerar inocentes.
Em resumo, o estudo do DNA de Rosalind Franklin teve um impacto duradouro na ciência e na sociedade, e as aplicações continuam a evoluir à medida que a tecnologia avança.
Ela foi uma cientista brilhante, cujo trabalho na estrutura do DNA ajudou a moldar a história da ciência. Embora tenha sido subestimada e esquecida por muitos anos, seu legado continuou a inspirar novas gerações de cientistas. Franklin mostrou que as mulheres podem ser tão talentosas e bem-sucedidas quanto os homens na ciência, apesar dos obstáculos que possam encontrar.