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Qualidade leva o Brasil ao topo na produção de alimentos

SEMANA DA QUALIDADE | A gestão da qualidade é um dos fatores que alavancaram o agronegócio brasileiro. Empresas, indústrias e laboratórios associados CropLife Brasil são referência em certificações

Para evidenciar a importância da gestão da qualidade para as organizações, a Organização das Nações Unidas (ONU) institui o Dia Mundial da Qualidade (DMQ), que este ano será celebrado nesta quinta-feira (9). O Chartered Quality Institute (CQI), órgão mundial oficial dos profissionais da qualidade, propôs como tema para este ano “Qualidade: realizando o potencial competitivo.” A CropLife Brasil, entidade que representa a indústria de pesquisa e inovação, aproveita a data para celebrar a “Semana da Qualidade”, destacando o compromisso das associadas com os mais elevados níveis de eficiência dos produtos e tecnologias.

A adoção de Sistemas de Gestão de Qualidade (SGQ) e certificações se tornou um diferencial competitivo no agronegócio, setor que segundo pesquisadores do Cepea/CNA pode alcançar um PIB de R$ 2,63 trilhões em 2023. Os SGQ desempenham um papel fundamental para diversos atores do segmento, proporcionando uma série de benefícios tanto para as empresas, quanto para os consumidores e a sociedade em geral.

“A adoção de sistemas de qualidade corresponde a um tipo de autorregulação projetada para ajudar as organizações a monitorarem e melhorarem a qualidade dos produtos ou serviços por meio de processos internos.” Quem explica é a doutora em Políticas Públicas e mestre em Toxicologia aplicada à Vigilância Sanitária, Letícia Rodrigues da Silva. Ela atua há mais de 25 anos na área de regulação e saúde, como consultora para órgãos governamentais e empresas.

“Os sistemas de qualidade e as certificações desempenham um papel vital na garantia da qualidade, conformidade, eficiência e competitividade das organizações. Eles são capazes de ajudar as empresas a atenderem às expectativas dos clientes e as exigências regulatórias, aprimorar processos internos e contribuir para o desenvolvimento econômico e sustentável,” esclarece completa a especialista, que atuou na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), como gerente de Normatização e Avaliação.

AUTORREGULAÇÃO E ESTÍMULO GOVERNAMENTAL

Conforme a consultora, a autorregulação citada acima ocorre dentro da organização e os sistemas de qualidade são frequentemente baseados em normas e regulamentos internacionais, como as normas ISO (International Organization for Standardization), procedimentos de boas práticas de fabricação ou outros padrões da indústria que podem ou não ser certificados. “Constitui-se em uma abordagem proativa para garantir a conformidade com normas de qualidade e satisfação do cliente, em vez de depender exclusivamente de regulamentações externas ou fiscalização governamental,” explica.

Recentemente os sistemas internos de qualidade passaram a ser estimulados pela Lei nº 14.515/22, que determina que todos os setores regulados pela Secretária de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), adotem Programas de Autocontrole nos processos produtivos, bem como, estabelece o Programa de Incentivo à Conformidade em Defesa Agropecuária, mediante o compartilhamento voluntário dos dados da produção com o órgão governamental, ainda em fase de implementação.

QUALIDADE NAS EMPRESAS, INDÚSTRIAS E LABORATÓRIOS ASSOCIADOS CLB

Apesar de, em tese, não haver, para as atividades de pesquisa em biotecnologia e sementes e mudas, necessidade de certificação, o tema gestão da qualidade é amplamente abordado por empresas e laboratórios do setor. Quem afirma é do diretor da CropLife Brasil (CLB), Goran Kuhar. De Sistemas Internos de Qualidade a certificações ISO, passando pela Excellence Through Stewardship (ETS), as associadas CLB investem na pauta como diferencial competitivo em um mercado cada vez mais exigente.

Da ETS, organização global que promove a adoção de programas de gerenciamento de produtos e sistemas de gestão de qualidade para produtos de biotecnologia agrícola, participam as principais empresas e laboratórios dos cinco continentes, entre elas as brasileiras e multinacionais. Além disso, as principais certificações do setor são a ISO 9.001 – grupo de normas técnicas internacionais que estabelecem um modelo de Sistema de Gestão da Qualidade –, ISO 55.001 – padrão internacional que especifica os requisitos para estabelecer, implementar e manter um Sistema de Gestão de Ativos.

No trabalho em laboratórios, as empresas ainda contam com certificações como a ISO/IEC 17.025 – norma exclusiva para laboratórios de ensaios e calibração – e as Boas Práticas de Laboratório (BPL), sistema da qualidade que abrange o processo organizacional e as condições nas quais estudos não-clínicos relacionados à saúde e à segurança ao meio ambiente são desenvolvidos, monitorados, registrados e arquivados.

As indústrias de defensivos agrícolas têm um alto grau de controle e gestão dos processos de qualidade envolvida. A própria legislação que os regula define uma série de qualificações para as empresas. Mas elas trabalham para se diferenciar em outro mercado altamente competitivo e de grandes investimentos em tecnologia e inovação. E neste contexto duas certificações são emblemáticas para o tema da qualidade: as ISOs 9001 e 17.025. É o que afirma o diretor da área na CropLife Brasil, Roberto Araújo.

Além disso, no que concerne a qualidade, a certificação para a indústria de pesticidas é a de Operador Econômico Autorizado da Receita Federal (OEA). Ela é um reconhecimento, por parte das autoridades aduaneiras do Brasil, de que uma empresa possui mecanismos adequados para gerenciamento de riscos e conformidade aduaneira.

QUALIDADE QUE SE TRADUZ NO CAMPO

O crescimento do agronegócio é acompanhado há cerca de meio século no Brasil. No início da década de 1970, uma acertada combinação de políticas públicas, que envolveram investimentos maciços do Estado em pesquisa e desenvolvimento, um grande esforço de capacitação dos produtores e extensão rural e uma política de crédito e comercialização, foram criadas as bases de uma agricultura sólida e inovadora.

O resultado é conhecido por todos. O Brasil, em pouco mais de 50 anos, saiu de uma situação de importador líquido de alimentos para se tornar protagonista no ranking mundial, sendo hoje o maior exportador de soja, carne de frango e bovina, suco de laranja, café e açúcar. É o segundo colocado em milho, algodão e etanol na mesma lista.

“Para acompanhar esse crescimento, a indústria investe bilhões de dólares em pesquisa científica, muitas delas desenvolvidas em território nacional e exportadas para o mundo, para oferecer as mais avançadas tecnologias para o agronegócio, em um tripé que envolve ainda manejo de produção e sistemas de gestão mais eficientes, como a gestão de qualidade,” afirma o presidente da CropLife Brasil (CLB), Eduardo Leão, entidade que representa a indústria de defensivos químicos, biológicos, biotecnologia e germoplasma.

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