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Produção agrícola sustentável para enfrentar pragas e doenças nas lavouras

Os avanços na agricultura moderna permitem que os agricultores de hoje desenvolvam sua produção de maneira mais sustentável. Adoção de tecnologias modernas auxiliam não só no aumento de produtividade e proteção contra pragas e doenças, mas também na redução da erosão, conservação de água, diminuição das emissões de gases de efeito estufa e proteção dos polinizadores e recursos naturais. 

Inovações tecnológicas, como sementes geneticamente melhoradas, defensivos químicos e biológicos, fazem da agricultura tropical brasileira uma das mais produtivas do mundo. Aqui, mesmo com clima propício para pragas e doenças, é possível realizar até três safras dentro de um mesmo ano e em uma mesma área. 

A agricultura mudou com o avanço da tecnologia

A produção agrícola sustentável visa atender as necessidades alimentares da crescente população mundial, garantindo ao mesmo tempo um impacto mínimo sobre o meio ambiente e os seres humanos.

A pesquisa agrícola tem desempenhado um papel crucial na segurança alimentar e no desenvolvimento da produção sustentável, aumentando a produtividade para alimentar uma população em rápido crescimento.

Na produção agrícola sustentável, a pesquisa e desenvolvimento também estão entregando aos produtores culturas geneticamente modificadas (GM), projetadas para produzir seus próprios inseticidas ou exibir resistência a herbicidas.

Culturas resistentes a pragas, por exemplo, foram geneticamente modificadas para serem tóxicas para certos insetos. Chamadas de culturas Bt, essas plantas possuem uma característica obtida por meio da inserção de genes da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), os quais promovem a expressão de proteínas com ação inseticida.

Quando ingeridas pelo inseto-alvo, essas proteínas interagem com receptores do intestino, levando à morte do inseto. A introdução dessa tecnologia nas lavouras teve impacto extremamente positivo na agricultura brasileira. O Brasil hoje conta com quatro culturas Bt liberadas para o cultivo e comercialização: soja, algodão, cana-de-açúcar e milho.

Estima-se que desde 2017 mais de 23,3 milhões de hectares foram cultivados com plantas Bt. Em 2019, 79% do algodão cultivado no Brasil e 74% da soja e 90% do milho foram produzidos com sementes com resistência a insetos. Usando também essa tecnologia, 80% do algodão e milho cultivados nos Estado Unidos empregam a tecnologia Bt.

A produção agrícola moderna e a ampliação da adoção de transgênicos faz com que os produtores empreguem pacotes tecnológicos mais modernos. Dessa forma, os agricultores aprenderam a manter suas culturas saudáveis e produtivas, reduzindo impactos ambientais, conservando a biodiversidade e a saúde do solo.

De forma alinhada a tais ferramentas, buscam investir em monitoramento da lavoura por meio de drones e sensores que coletam informações de todo o processo produtivo. Para combater ameaças, empregam os melhores insumos e adotam boas práticas agrícolas, como a rotação de culturas e o manejo integrado de pragas e doenças.

Inovação dos agrotóxicos para uma produção agrícola sustentável

Além do melhoramento vegetal e biotecnologia, a interação entre os defensivos químicos e biológicos, compõe o sistema de controle dos cultivos.

Ainda assim, as pragas e doenças na agricultura são uma preocupação constante para quem produz. É por isso que desde a antiguidade os defensivos agrícolas (também conhecidos como agrotóxicos) são empregados na agricultura. 

A cada ano são observadas melhorias na indústria de defensivos químicos e biológicos. Hoje, com a nanotecnologia e a química verde é possível entregar produtos mais eficientes, específicos e com baixo efeito residual no ambiente.

Tabela sobre química verde na agricultura para produção agrícola sustentável

O encapsulamento de defensivos químicos e biológicos em nanopartículas ou cápsulas biodegradáveis, por exemplo, tem como principal objetivo a liberação lenta e constante do ingrediente ativo. Dessa forma, o produto é completamente utilizado no controle de pragas e doenças, propiciando o uso de menor quantidade do ingrediente ativo na planta e no solo. 

Além disso, nos últimos 5 anos a adoção dos produtos de controle biológico vem crescendo a cada ano. A quantidade de produtos biológicos disponíveis no mercado brasileiro mais que duplicou desde 2017, movimentando mais de R$ 675 milhões em 2019. Já em 2020 houve um aumento de 75% de faturamento, em relação a 2019.

Esses números mostram que o agricultor está preocupado em adotar ferramentas mais modernas e com menores impactos ambientais. Além disso, os produtos de controle biológico são essenciais para a conservação de tecnologias. Por isso, são comumente empregados com defensivos químicos no manejo integrado de pragas. 

Como são produzidos os biodefensivos de base microbiológica

 

Nessa mesma corrente de mudanças, a tecnologia de tratamento de sementes também vem sendo utilizada por um número crescente de agricultores. O tratamento de sementes, como uma forma de controlar as pragas iniciais das culturas, tem um bom custo-benefício e todas as vantagens produtivas estimulam os investimentos nessa prática.

Além de fungicidas e inseticidas, esse método preventivo de controle reúne alta diversidade de princípios, incluindo microrganismos benéficos, como bactérias que ampliam a capacidade das plantas utilizarem o nitrogênio atmosférico como nutriente.

Nanotecnologia potencializa a ação dos defensivos agrícolas

De cruzamentos a edição gênica

Assim como os defensivos agrícolas, a genética e a biotecnologia mudaram a forma de se produzir. Nos últimos anos, a biotecnologia tem acelerado o melhoramento genético de plantas, permitido o desenvolvimento de novas plantas em menor tempo e com melhores resultados produtivos, como demonstrado na imagem abaixo com alguns exemplos.

Representações de plantas transgênicas usadas em alimentos no mundo

Porém, os avanços no melhoramento genético de plantas não param por aí. As ferramentas de edição genética que incluem técnicas como a CRISPR representam uma evolução no melhoramento genético de plantas.  Usando CRISPR, os pesquisadores conseguem modificar genes de forma muito precisa e pontual. Sendo assim, o que levaria muitos anos para acontecer no melhoramento convencional, é realizado num prazo muito inferior. Com essas novas ferramentas, teremos ainda mais alternativas de resistência vegetal às pragas e doenças nas lavouras. 

Gráfico com aplicações da edição genética

 

Principais fontes:

Johnson, A. C. et al. Learning from the past and considering the future of chemicals in the environment. Science, 2020.

Steinwand M. A. et al., Crop biotechnology and the future of food. Nature Food, 2020.

Sedeek, K. E. M.; Mahas, A.; Mahfouz, M. Plant Genome Engineering for Targeted Improvement of Crop Traits. Frontiers in Plant Science, 2019.

Ramankutty, N. et al. Trends in Global Agricultural Land Use: Implications for Environmental Health and Food Security. Annual Review of Plant Biology, 2018.

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