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Insulina mais barata com plantas transgênicas

Saiba mais sobre a produção de insulina a partir de plantas transgênicas e como isso pode revolucionar o tratamento da diabetes.

A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que tem como principal função regular o nível de glicose no sangue. Ela é vital, principalmente, para pessoas com diabetes tipo 1 e algumas com diabetes tipo 2, afinal, pacientes com essas condições não produzem o hormônio em níveis suficientes para o bom funcionamento do organismo. Nesse sentido, a insulina é uma droga crucial para a saúde da população em todo o mundo, mas o custo pode ser um grande obstáculo para algumas pessoas. Entretanto, esse fator pode ser alterado ao longo dos anos com um método que vem, cada vez mais, ganhando força no mercado: o uso de plantas transgênicas. 

Portanto, nesse artigo, você entenderá como as plantas transgênicas funcionam e como o papel delas será decisivo para revolucionar o tratamento da diabetes. Acompanhe! 

O que são plantas transgênicas?  

As plantas transgênicas são aquelas que tiveram seu DNA modificado artificialmente em laboratório para incluir características específicas, que podem ser desde resistência a determinados pesticidas, como uma qualidade nutricional superior aos outros vegetais.   

Assim, os cientistas têm usado esses transgênicos há décadas para criar plantas que resistem a pragas, doenças e condições climáticas adversas. Agora, a biotecnologia deu um passo gigantesco adiante, descobrindo uma forma de usar este projeto para criar plantas que produzam insulina de maneira mais eficiente e barata. 

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Como foi essa descoberta?   

Em 2007, a notícia de que cientistas haviam criado uma planta transgênica que produzia insulina em seu suco abriu as portas para um possível tratamento mais acessível para a diabetes. A planta, que é conhecida como Arabidopsis thaliana, é uma pequena herbácea que frequentemente é usada em pesquisas genéticas. Dessa forma, os cientistas inseriram o gene humano da insulina no DNA da planta, permitindo assim que ela produzisse o hormônio em grandes quantidades.  

Embora a pesquisa tenha sido promissora, ainda havia preocupações de que o projeto pudesse ser prejudicial à saúde da população. Afinal, o hormônio é produzido naturalmente pelo corpo humano, e a insulina criada a partir de plantas transgênicas pode ter diferenças químicas que afetam a eficácia e a segurança do tratamento. Além disso, também existia certo receio relacionado à produção em massa da planta, e que isso pudesse afetar negativamente o meio ambiente.  

Passados alguns anos, já em 2020, um estudo publicado pela revista científica Plant Biotechnology Journal, mostrou testes de produção de insulina em plantas de fumo transgênicas. A pesquisa foi realizada por cientistas da Universidade de São Paulo, no Brasil, em parceria com pesquisadores da Universidade de Würzburg, na Alemanha e os resultados foram promissores, mostrando que a insulina produzida nas plantas era funcional e tinha atividade biológica semelhante à insulina humana. 

 Em tese, sabemos que a criação de insulina a partir de plantas transgênicas é mais barata do que a produção tradicional do hormônio. Isso ocorre porque as plantas transgênicas podem ser cultivadas em grande escala e em condições controladas, o que reduz, drasticamente, o custo de produção. Além disso, a insulina criada dessa forma elimina a necessidade de cultivo de bactérias ou células animais para a formação, o que reduz ainda mais os preços. 

Como a insulina é produzida com plantas transgênicas? 

Como a insulina é produzida com plantas transgênicas?

Regulamentação e políticas públicas 

Pode-se afirmar que a insulina produzida em plantas transgênicas pode ser especialmente benéfica para pessoas em países em desenvolvimento, onde o acesso aos tratamentos de diabetes é limitado ou muito caro. No entanto, o método pode enfrentar obstáculos regulatórios em alguns países, que têm leis rigorosas sobre o uso de organismos geneticamente modificados na produção de alimentos e medicamentos. Contudo, muitos cientistas argumentam que existem muitos estudos assegurando a eficiência da tecnologia e que, aliás, a regulamentação deve ser baseada em evidências científicas e não em medos infundados.  

Além da produção de insulina, a tecnologia de plantas transgênicas tem o potencial de produzir outros medicamentos e terapias biológicas, incluindo vacinas, anticorpos e hormônios. Isso pode levar a tratamentos mais acessíveis e eficazes para uma variedade de doenças. Por isso, é essencial continuar a realizar pesquisas rigorosas sobre a segurança e eficácia das plantas transgênicas, bem como monitorar o impacto ambiental de sua produção em massa. 

Atualmente, não há nenhuma insulina produzida comercialmente a partir de plantas transgênicas. Embora existam pesquisas e experimentos em andamento, a produção de insulina em transgênicos ainda é uma área em desenvolvimento e pesquisa. A comercialização do produto geneticamente modificado necessita de mais pesquisas, desenvolvimento e testes para garantir a segurança, a eficácia e qualidade. Portanto, a insulina que está sendo comercializada e disponível no mercado atual, é a produzida a partir de bactérias ou de células de mamíferos, que foram modificadas geneticamente para produzir o hormônio humano. 

Em conclusão, a produção tem o potencial de tornar o tratamento da diabetes mais acessível e barato, especialmente para pessoas em países em desenvolvimento. Embora haja preocupação sobre a segurança e a regulamentação, as evidências científicas indicam que a tecnologia de plantas transgênicas é segura e eficaz.

 

Principais fontes:  

https://www.scielo.br/j/babt/a/N3prS9NZ6YxMt38R5FQVMBw/?lang=en 

https://www.bbc.com/portuguese/reporterbbc/story/2007/04/070404_insulinaplantafn 

https://www.estadao.com.br/brasil/empresa-quer-vender-insulina-a-partir-de-transgenicos/ 

https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/485567/producao-dos-hormonios-do-crescimento-e-pro-insulina-humana-em-plantas-transgenicas-de-milho 

livro-25-anos-cntbio-web.pdf (www.gov.br) 

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