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Informação e conhecimento aprimoram as práticas no campo

Conhecer o perfil de quem faz uso das tecnologias no campo é essencial para avançarmos na adoção das tecnologias. Pesquisa realizada pela CropLife Brasil mostra que difundir informação gera conhecimento e melhorias das praticas no campo.

As práticas agrícolas vêm sendo aprimoradas ao longo do tempo. Atualmente, o setor é altamente tecnológico, diversificado e vem se adaptando às alterações do mundo. Por um lado, cresce a demanda global por alimentos, têxteis e combustíveis.

Por outro, mudanças climáticas vêm gerando escassez e trazendo riscos biológicos que impactam o agronegócio. Com desafios de grande magnitude, transformações no modelo de negócio fatalmente acontecerão nos próximos anos.

O avanço nessa jornada vai exigir, cada vez mais, acesso à inovação. Se hoje ela é uma grande aliada do agronegócio, no futuro próximo, espera-se que a inovação seja ainda mais inclusiva. Por isso, é importante saber quem é o agricultor rural – grande agente dessa transformação no campo – e como ele está instrumentalizado.

Como os agricultores poderão equacionar todas essas variáveis? Essa foi a pergunta central do relatório “Inovação no agronegócio e a qualificação do produtor brasileiro na era digital”.

Ouvir os usuários das tecnologias é essencial para aprimorar

Fatores como aumento da população global e da expectativa de vida, urbanização e da renda ampliam a demanda por alimentos, fibras e combustíveis, ao mesmo tempo que as mudanças climáticas e uma nova consciência sobre sustentabilidade geram necessidade de olhar para a cadeia de fornecimento de alimentos sob uma nova perspectiva.

A CropLife Brasil conduziu uma pesquisa presencial com 384 agricultores em 2020 no Brasil, em parceria com EasyHub Tech e Fruto Agrointeligência, para identificar as percepções de quem trabalha diretamente na aplicação das tecnologias de proteção de cultivos em relação às abordagens de treinamentos.

Foram incluídos na pesquisa agricultores (trabalhadores e proprietários) das culturas de soja, cana, milho, café, arroz, laranja, algodão, fumo, feijão, tomate, trigo, batata, maçã, uva e cebola, que representam 85% da área cultivada no Brasil.

Quem são os agricultores do Brasil?

A geração responsável pela expansão das fronteiras agrícolas nos anos 70 e 80 também preparou seus sucessores.

Na pesquisa da CropLife Brasil, cerca de 58% dos trabalhadores rurais na faixa etária entre 25 e 44 anos possuem ensino médio completo. Com acesso à internet e familiaridade com o uso do WhatsApp e do YouTube, esse é um público que busca informação digitalmente e, assim, acessa diretamente conteúdos que podem reduzir lacunas em sua formação.

O estudo também revela uma proporção maior de produtores jovens com níveis médio e superior de escolaridade, equivalente hoje a 30,1% contra 23,6% em 2016. O aproveitamento dos benefícios das tecnologias agrícolas depende diretamente de seu entendimento e correta utilização, fatores que constituem grandes desafios aos desenvolvedores de tecnologias, ao governo e ao próprio agricultor.

perfil dos agricultores do estudo

O que demanda, cada vez mais, maior escolaridade e qualificação dos trabalhadores rurais.

Um elemento valioso extraído das entrevistas diz respeito à percepção da efetividade dos treinamentos oferecidos. Quanto mais os treinamentos se traduzem em resolução de problemas reais enfrentados no campo, mais são considerados efetivos.

Essa percepção embasa a recomendação de que seja dada atenção especial não apenas aos formatos, mas também à frequência dos treinamentos ou interações.

“Materiais de leitura, manuais nunca vão deixar de existir, mas eles precisam ser repensados no formato, na atratividade, na forma como serão aplicados. Só entregar o material não é eficiente, tem que ter uma aplicação e interação com o público a que se destina.” – Especialista em educação agrícola entrevistado na pesquisa CropLife.

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Mudanças na forma do cultivo e tecnologias sustentáveis

O aprimoramento das práticas de manejo nas lavouras, com a integração de novas ferramentas de proteção de plantas, como defensivos biológicos e biotecnologias, bem como o uso de drones e a identificação de pragas a partir de recursos digitais exigem conhecimentos distintos e atualização sistemática por parte dos agricultores.

A informação e o conhecimento alteram práticas no campo. A pesquisa mostrou uma tendência de crescimento no uso de produtos biológicos (57,9%) com o passar dos anos, de forma isolada ou em associação com os defensivos químicos, que são utilizados pela maioria (97,7%). Isso reflete a tendência do manejo integrado e pela busca por alternativas de baixa toxicidade em atendimento às exigências dos consumidores.

O estudo também procurou explorar aspectos que motivam esses profissionais e que influenciam o interesse pelo treinamento formal, bem como por conteúdos específicos. Os profissionais do agronegócio se mostram especialmente ávidos por informações que confirmem a contribuição do setor para questões ambientais e sociais.

interesse do agricultor pela informação

Quando explorados os temas de interesse relacionados diretamente à atividade de controle de pragas e doenças, os entrevistados deram destaque ao uso mais racional de defensivos, ao descarte apropriado de embalagens e ao uso de defensivos biológicos.

Em relação a temas mais gerais, os assuntos destacados foram a preservação de água, o uso correto do solo para evitar erosão, as medidas para evitar queimadas, a preservação de águas e nascentes e as mudanças climáticas.

Esse interesse amplo a respeito de temas relacionados à sustentabilidade vai ao encontro de conteúdos que trazem informação e conhecimento e precisam ser incorporados aos treinamentos por estarem diretamente associados às melhores práticas no campo.

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Em resumo, a pesquisa mostrou que é possível explorar o aprendizado contínuo como forma eficiente de manter os conteúdos sempre ao alcance e facilmente aplicáveis ao dia a dia dos agricultores.

Uma grande variedade de formatos de interação pode ser utilizada (gamificação, tutoriais, podcasts) para complementar os treinamentos de forma a atender às expectativas dos trabalhadores, relativizando a importância das avaliações de final de curso, cujos conteúdos são rapidamente esquecidos na rotina dos profissionais.

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