Fazendas verticais: menos espaço e mais frescor
Instalada dentro da maior metrópole brasileira, a Pink Farms produz alimentos frescos e saudáveis que vão direto para a mesa do consumidor.
Alimentar uma população de 7 bilhões de pessoas ao redor do planeta é, sem dúvida, um grande desafio! E com consumidores cada vez mais exigentes, cresce também a busca por alternativas de produção que integrem qualidade e preços acessíveis. De olhos neste mercado, sugiram as chamadas fazendas urbanas ou verticais, sistema que permite cultivar uma boa variedade de plantas em pequenos espaços, alojados dentro das cidades.
Uma das primeiras fazendas verticais do Brasil é a Pink Farms, fundada em 2016, e sediada em um galpão de 750m2 no bairro da Vila Leopoldina, dentro da cidade de São Paulo. “Foi pensando nos pilares da sustentabilidade, saúde, alimentos do futuro e economia real que vimos a oportunidade que procurávamos para tirar a ideia do papel. E no agronegócio, um dos setores mais importantes para a economia do país,”, conta Geraldo Maia, sócio fundador da empresa. Segundo Maia, a Pink Farms traz em seu DNA preocupações como a conservação do meio ambiente e a produção de alimentos seguros. O processo se baseia no conceito da sustentabilidade e na adoção de tecnologias inovadoras.
Microgreens
Maia conta que a empresa produz “7 tipos de microgreens, mini vegetais colhidos em até 10 dias após o plantio. Considerados superfoods, estes alimentos têm alto teor nutricional e trazem benefícios adicionais à saúde”. Nesta categoria, a Pink Farms produz couve, rúcula, repolho roxo, alho poró, mostarda, rabanete e cenoura. Com tamanho “normal” a empresa cultiva alface mimosa e crespa. Outras variedades de rúcula, espinafre e manjericão estão em fase de desenvolvimento e, em breve, estarão no mercado.
Pink não apenas no nome
O nome Pink Farms (em português: fazendas cor de rosa) vem da iluminação usada dentro do galpão em alguns estágios do cultivo. “A luz de LED rosa, faz o papel da iluminação solar”, explica Maia. Para produzir com tranquilidade, livre de pragas e doenças, a empresa possui grandes salas hermeticamente fechadas, equipadas com “prateleiras” para acomodar os plantios hidropônicos, que dispensam o uso de solo. Os nutrientes que as plantas precisam vem junto com a água de irrigação. Além da iluminação, a umidade do ar e a temperatura do ambiente são, rigorosamente, controladas por sistemas automatizados.
Mantendo essas variáveis dentro do ideal para o desenvolvimento das hortaliças, é possível produzir tudo o ano todo, sem sazonalidade, independente do clima e da época do ano. É indispensável, também, manter o ambiente totalmente limpo.
Fazendas urbanas utilizam técnica CRISPR para sua expansão
Menos perdas e mais frescor
Com a utilização do conceito farm to table (da fazenda para a mesa), a Pink Farms elimina intermediários e encurta o tempo entre a colheita e o consumo. “É possível que o produto seja consumido no dia em que foi colhido, eliminando descartes pós-colheita e aumentando o tempo de prateleira em mais de 100%. A metodologia de produção promove uma redução de 95% no consumo de água, em comparação às lavouras a céu aberto, sem falar que o sistema vertical diminui em 90% a utilização de espaço”, explica Geraldo Maia.
Como ficam dentro das cidades, outra grande vantagem das fazendas urbanas é a redução no custo de transporte. Assim, o consumidor pode comprar alimentos frescos com preços acessíveis.