A força do agro brasileiro para enfrentar o coronavírus
A pandemia causada pelo novo coronavírus está mexendo com a rotina de bilhões de pessoas ao redor do planeta. A forma como consumimos, nos locomovemos e trabalhamos, por exemplo, mudou radicalmente nas últimas semanas.
A SARS-Cov 2 é um vírus novo que se tornou conhecido em janeiro deste ano quando a epidemia se espalhou pela China e, rapidamente, chegou à Europa, Estados Unidos e acabou se alastrando pelo mundo. Sem tratamento efetivo nem vacina, cientistas passaram a indicar a detecção da doença e o isolamento social como formas de desacelerar a pandemia.
Mas setores como saúde, segurança e a produção de alimentos não podem parar. O agronegócio tem que seguir trabalhando e produzindo para que não falte comida. A julgar pelo comportamento da população brasileira, que lotou os supermercados nas últimas semanas, há aqui uma grande preocupação com o abastecimento.
Para tranquilizar a sociedade, a CropLife Brasil vem monitorando de perto o que acontece na cadeia produtiva de insumos destinados à produção agrícola. Até o momento, o impacto para as empresas de defensivos químicos, biológicos, sementes e biotecnologia não é significativo. Não há registro no país de fábricas parando, falta de insumos básicos nem interrupção no fluxo de transporte. Veja mais no vídeo a seguir:
É importante esclarecer que as empresas do setor estão tomando todas as medidas cabíveis e possíveis para garantir a segurança dos trabalhadores nas unidades industriais, de beneficiamento, armazenamento e no campo.
Segurança alimentar e garantia de alimentos para todos
A China já está de volta
Também contribui para este cenário de estabilidade a situação da China, importante fornecedora de matérias-primas. Pelas informações fornecidas pelas empresas do setor e imprensa internacional, a China retomou a atividade industrial e a exportação de insumos.
O governo federal incluiu o agronegócio no rol dos serviços essenciais. Isso foi feito para afastar o risco de desabastecimento de alimentos, produtos de higiene – como álcool por exemplo – e outros artigos necessários para manter o bem-estar da população.
A saúde da economia também está em risco
Mesmo necessárias, as medidas adotadas para conter a pandemia do novo coronavírus, estão impactando de forma muito importante a economia mundial. À medida que apenas serviços essenciais permanecem em funcionamento, empresas de outros setores perdem a capacidade de produzir e de gerar renda. Por isso, a possibilidade de uma recessão econômica global preocupa governantes e trabalhadores.
O papel do agronegócio também é fundamental, principalmente no Brasil, onde responde por quase 25% do PIB e gera cerca 20% dos postos de trabalho, algo em torno de 18 milhões empregos.
Estamos terminando de colher uma safra histórica, estimada em mais de 250 milhões de toneladas, que precisa sair do campo para abastecer não só os brasileiros como outras centenas de milhões de pessoas no mundo todo.
O que vem pela frente
Por conta da competência da indústria, profissionalismo dos produtores rurais e da tecnologia disponível, o agronegócio tem potencial para ajudar a economia brasileira a se recuperar mais rapidamente desta crise sem precedentes na história recente.
O governo federal, através dos Ministérios da Agricultura e Infraestrutura, afirma estar realizando todos os esforços necessários para manter o fluxo de pessoas e cargas essenciais pelas rodovias, ferrovias e hidrovias do país.
A ministra da agricultura, Tereza Cristina, em entrevistas à imprensa, vem afirmando que, usando bom senso e tomando medidas que assegurem a saúde dos trabalhadores, o agronegócio vai seguir trabalhando para que não falte alimento na mesa do brasileiro.
O ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, diz que portos e aeroportos permanecerão abertos à importação de insumos e a exportação dos nossos produtos.
Mas é fato que, como ninguém ainda consegue prever com total segurança como o novo coronavírus vai se portar daqui por diante em climas e populações diferentes, novas medidas e decisões podem ser tomadas a qualquer tempo. Cabe a nós monitorar e informar a população.