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A biotecnologia e o alcance das metas climáticas

Descubra como a biotecnologia tem auxiliado no enfrentamento dos impactos das mudanças climáticas.

Firmado durante a COP26 o Pacto de Glasgow traz metas mais ousadas de adaptação, mitigação, financiamento e colaboração no combate ao aquecimento global. Nesse sentido, a biotecnologia deve ter importante papel no desenvolvimento de novas tecnologias capazes de frear o aumento da temperatura no planeta.

Ações necessárias para impedir o aquecimento global

A redução nas emissões globais de carbono e outros Gases do Efeito Estufa (GEE) almejados pelo Pacto de Glasgow – 45% até 2030 e zerar até meados do século – só será possível se cada País cumprir suas metas de adaptação e mitigação.

Pacto de Glasgow

Os compromissos do Brasil

Durante a COP26 o Brasil assumiu alguns compromissos, entre eles:

Esses foram os principais compromissos apresentados pelo Brasil durante a COP26. No entanto, essas metas ainda devem ser mais bem detalhadas em documento a ser submetido, conhecido como NDC (sigla em inglês para Contribuição Nacionalmente Determinada), um documento que registra os principais compromissos ambientais do governo).

Além de apresentar as novas metas, o Brasil também mostrou que o agronegócio brasileiro é parte da solução. Programas como o RenovaBio e o Plano ABC têm apresentado bons resultados com relação à mitigação de gases do efeito estufa e adaptação de áreas degradas ou afetadas pelas mudanças climáticas.

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Dessa forma o governo brasileiro tem promovido a adoção de práticas que favorecem a substituição da matriz energética para uma fonte de energia renovável e a transição para uma agricultura e pecuária de baixo carbono. Além disso, o País tem trabalhado pelo cumprimento das Leis que visam preservar a floresta nativa, combater o desmatamento e recuperar áreas desmatadas.

No entanto, para atender a essas e novas metas que estão por vir, será necessário o desenvolvimento e, a adoção de tecnologias que possibilitem uma produção sustentável de energia, alimentos, fibras e outros produtos. Principalmente aqueles que já fazem parte de nossas vidas e que dificilmente viveríamos sem.

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As inovações biotecnológicas que podem ajudar o Brasil

Frente aos compromissos assumidos pelo Brasil, os maiores desafios serão combater o desmatamento e reduzir as emissões de metano e outros GEE pelo setor da agropecuária e meios de transporte/maquinários. Nesse sentido, a biotecnologia tem oferecido diversas soluções capazes de diminuir os gases do efeito estufa na atmosfera.

Por exemplo, a biotecnologia acelera o melhoramento genético de plantas, animais e microrganismos. Dessa forma é possível desenvolver novas tecnologias em um menor intervalo de tempo, alcançando soluções de forma mais rápida.

etapas do melhoramento genético

A biotecnologia também reduz a necessidade do uso de matérias-primas fósseis. Uma vez que é possível desenvolver microrganismos geneticamente modificados para atuarem em processos biológicos industriais em diversos setores da indústria.

Com isso, os agricultores, pecuaristas e a indústria têm tido acesso a sementes, animais e microrganismos com características que permitem reduzir a emissão de GEE e até mesmo capturar gás carbônico da atmosfera durante o processo de produção.

Soluções biotecnológicas no combate as mudanças climáticas

Plantas geneticamente melhoradas

Essas sementes tecnológicas permitem que os agricultores um aumento de produtividade com menor uso de combustíveis, fertilizantes, agrotóxicos e ainda possam utilizar práticas conservacionistas do solo como o plantio direto. Essa economia e produtividade diminuem a necessidade de expansão de área (evitando desmatamento), assim os agricultores diminuem suas emissões de GEE e promovem o sequestro de carbono no solo.

Por exemplo, a adoção global das sementes transgênicas em 2018 resultou na redução das emissões de carbono na atmosfera em 23 milhões de toneladas.

benefícios das culturas transgênicas

Animais geneticamente melhorados

Animais que possuem sua genética melhorada são mais saudáveis e atingem a maturidade mais rápido. Dessa forma o gado fica menos tempo no pasto e com isso reduz, principalmente a emissão de gás metano e a sua produção de resíduos. Em outras palavras, quanto mais jovem o boi é abatido, melhor para o clima, porque ele vai passar menos tempo produzindo metano.

Microrganismos geneticamente melhorados

O emprego da biotecnologia nos microrganismos é uma das áreas de mais amplas possibilidades. Afinal, com essa ferramenta é possível modificar as rotas metabólicas desses organismos direcionando-as para produção de uma diversidade de compostos. Além disso, os microrganismos podem ser utilizados para degradação de resíduos, diminuindo o seu tempo de permanência no meio ambiente e reduzindo as emissões de GEE.

A biotecnologia ainda pode melhorar a capacidade dos microrganismos na produção de biocombustíveis, uma fonte de energia renovável e que pode ser de carbono neutro.

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Sistema integrado de produção

Uma vez que a biotecnologia atua diretamente no melhoramento de diversos produtos e processos, ela também possibilita a adaptação de plantas, microrganismos e animais a uma mesma região, facilitando a adoção de um sistema integrado de produção.

Ao combinar diferentes atividades agrícolas em um mesmo espaço é possível otimizar a produção, reduzir as emissões de GEE e aumentar a captura de carbono.

sistemas integrados de produção

Nesse sistema é possível realizar a rotatividade das culturas, dos animais e evitar a erosão do solo. Assim o solo não fica exposto e ele tem tempo para se recuperar, mantendo sua fertilidade e capacidade de armazenar gás carbônico.

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Além disso, tecnologias modernas como sementes transgênicas, sistemas de irrigação, monitoramento digital e internet 5G precisarão ser cada vez mais acessíveis aos agricultores rurais, independentemente do tamanho de suas propriedades, para possam produzir de forma sustentável e enfrentar os impactos das mudanças climáticas.

Principais fontes:

BBC News Brasil. Negociador-chefe do Brasil na COP 26 admite mais desmatamento e emissões: ‘Queremos corrigir isso’. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-59216334#:~:text=O%20Brasil%20assumiu%20o%20compromisso,de%20gases%20poluentes%20at%C3%A9%202030. Acesso em: 06/12/2021.

BBC News Brasil. Como a carne virou ‘vilã’ em mudança climática e entrou na mira da COP26. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-59201457. Acesso em: 06/12/2021.

Boettcher, P. J., et al. Genetic resources and genomics for adaptation of livestock to climate change. Frontier Genetic, 2015.

Hu, G., et al. Engineering Microorganisms for Enhanced CO2 Sequestration. CellPress, 2018.

Ribeiro, D. M., et al. The application of omics in ruminant production: a review in the tropical and sub-tropical animal production context. Journal of Proteomics, 2020.

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