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Araucária: técnica da Embrapa ajuda a preservar a espécie

A propagação vegetativa traz muitos benefícios para a agricultura brasileira tanto para a preservação de espécies quanto para a economia. Um dos trabalhos realizados pela Embrapa Florestas, em Colombo (PR), é com a araucária, também conhecida como pinheiro-do-paraná. 

No Brasil existe uma única espécie, a Araucaria augustifolia. O pesquisador Ivar Wendling estuda técnicas para produção precoce de pinhão com porte reduzido desde 2002. A escolha dessa árvore foi devido ao grande apelo e importância da semente para o consumo humano e para a fauna, e, também por estar ameaçada de extinção. Além do pinhão, a madeira da araucária tem excelente qualidade para a indústria, na construção de móveis e na fabricação de celulose.

A propagação vegetativa é quando a reprodução é realizada de forma assexuada, ou seja, sem fecundação. Esta forma de multiplicação é feita por parte das plantas que originam indivíduos idênticos à planta-mãe – clones, sem variação genética.

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Normalmente, uma araucária-fêmea leva de 9 a 12 anos para começar a florescer e de 12 a 15 anos para ter o pinhão. Uma árvore tem em média de 20 a 25 metros de altura. Com o desenvolvimento da técnica de enxertia por borbulhia em janela aberta, a Embrapa tem viabilizado pomares de pinhão com árvores de 2 a 6 metros de altura e em menos tempo, de 6 a 10 anos. 

A técnica da enxertia é a união de uma planta em outra através de um enxerto. A planta que recebe o enxerto serve de suporte e fornece o sistema radicular. Quando elas se desenvolvem, originam um único indivíduo, entretanto, cada uma delas preserva sua característica. 

Propagação AraucáriaO método desenvolvido pela Embrapa utiliza a enxertia a partir de brotos da copa de uma planta adulta que já produz pinhão. Os brotos enxertados têm a idade da árvore da qual foram coletados, por isso, eles se comportam como adultos e, assim, começam a produzir pinhão e pólen em menos tempo.

“O nosso objetivo é que os produtores invistam no plantio da araucária tanto para o pinhão quanto para a madeira, produtos que geram renda. Além da antecipação da produção do pinhão, a tecnologia também permite saber previamente se a araucária será masculina ou feminina, sua época de produção e a qualidade do pinhão, possibilitando a formação de pomares para produção de pinhão”, explica Wendling. 

Qualquer produtor pode fazer a técnica. Até o momento, o protocolo foi feito em viveiros da região Sul do país e parceiros no estado de São Paulo estão em treinamento.

A araucária está presente em quase toda a região Sul, nas regiões mais altas dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro e, também em alguns trechos da Argentina e Paraguai.

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Produtor Cleverson CoradinO produtor Cleverson Coradin sempre plantou eucalipto em Colombo (PR) para explorar a madeira. Com o conhecimento do campo e com a parceria que tem com a Embrapa, decidiu, há três anos, fazer um teste e cultivar araucária para produção precoce de pinhão. 

A área é tímida, 6 mil m², diante dos 24 alqueires da propriedade. O investimento de R$ 1.200 foi apenas para a mão-de-obra, já que recebeu as 87 mudas de graça. “Achei interessante a proposta de produção precoce do pinhão. O que mais me chamou a atenção foi a rapidez. É como uma plantação de laranja”, diz o produtor. 

Ele ainda vai esperar mais 3 ou 4 anos para que a araucária comece a produzir, mas já pensa em ampliar o plantio. “Se for bem, com certeza, vou ampliar, é uma outra forma de gerar renda”, destaca Coradin.

 

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