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Mata Atlântica: o bioma mais rico em biodiversidade do planeta

O Brasil possui a maior biodiversidade do mundo. Nossos 6 Biomas – Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Pampa e Mata Atlântica – abrigam, pelo menos, 20% de todas as espécies do planeta. 

Presente em 17 estados brasileiros e com cerca de 20 mil espécies vegetais (35% do total), a Mata Atlântica é a formação florestal com mais biodiversidade do país, superando os números de continentes inteiros. A Europa, por exemplo, tem apenas 12,5 mil espécies. 

Em relação à fauna, o bioma abriga, aproximadamente, 850 espécies de aves, 370 de anfíbios, 200 de répteis, 270 de mamíferos e 350 de peixes.

Hoje, restam apenas 12,4% de toda a floresta original. Garantir a preservação deste remanescente, é o grande desafio da Fundação SOS Mata Atlântica. Criada em 1986, a organização trabalha com a recuperação de áreas desmatadas e já reflorestou cerca de 23 mil hectares com o plantio de mais de 40 milhões de árvores.

Biodiversidade e agricultura: benefício compartilhado

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Áreas preservadas da Mata Atlântica estão ameaçadas pela expansão urbana

O diretor de políticas públicas da fundação, Mário Mantovani, explica que, atualmente, o principal foco do trabalho é restabelecer os serviços ambientais prestados pela floresta.  “O Bioma foi todo fragmentado durante anos e anos e, a nossa ideia de restauração é começar a fazer as conexões desses fragmentos”. 

Para implementar o trabalho, a organização criou o programa “Florestas do Futuro” que conta com a participação de diversos setores da economia brasileira como a iniciativa privada, proprietários de terras, agricultores e poder público. “As empresas, por exemplo, podem compensar parte de suas emissões de gás carbônico (CO²) financiando projetos”, conta Mantovani.  

Mário Mantovani destaca que “80% do que tem hoje de mata estão em propriedades privadas. Não tem mais conversão para agricultura, o que tem é expansão urbana. Principalmente em áreas de proteção de mananciais, onde tem nascentes e produção de água.” 

Restauração florestal traz inúmeros benefícios

Mata Atlântica: foto de plantas no Centro de Experimentos FlorestaisO Centro de Experimentos Florestais, em Itu (SP), é um exemplo de que a recomposição da mata só traz benefícios. No passado, a área foi ocupada por uma fazenda de café e gado. Grande parte da propriedade foi recuperada fazendo ressurgir diversas nascentes e proporcionando o retorno de muitas aves e outros animais. 

Hoje, o local abriga um dos viveiros da fundação e produz 750 mil mudas nativas por ano, utilizadas nos projetos de reflorestamento. Para suprir a demanda dos trabalhos em andamento, a SOS Mata Atlântica também firmou parcerias com viveiros de outros municípios. 

 

 

 

Recuperação das matas ciliares é essencial
para a preservação dos rios

Mata Atlântica: mata ciliar devastadaA SOS Mata Atlântica conduz projetos por todo o país. Um deles é a recuperação florestal das bacias do Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, em São Paulo. “Os maiores gargalos se relacionam com a presença de animais (bovinos e bubalinos) nas áreas de preservação. O que é contido com o cercamento para isolar as áreas a serem reflorestadas e, também, para a manutenção desse isolamento”, explica a diretora técnica da agência PCJ, Patrícia Barufaldi.

No município de Analândia, a previsão é de plantar 220 mil mudas, em 88 hectares. Alguns fatores são determinantes para que o processo de restauração seja bem sucedido. Entre eles, a seleção da área, o preparo da terra, o plantio correto e a distribuição das espécies. “A Agência indica as propriedades que aderem ao programa e a gente faz o plantio. O proprietário entra com a terra, a gente entra com a tecnologia, as auditorias, o acompanhamento, com tudo. O proprietário também ajuda, evitando que fogo atinja os reflorestamentos. Se precisar, faz um aceiro (faixa sem vegetação para impedir propagação de fogo) ou instala cerca para evitar que o gado pise”, esclarece Mário Mantovani. 

Outro trabalho desenvolvido no município é o “Projeto Nascentes Analândia”, na microbacia do Córrego Cavalheiro. De acordo com a assessora ambiental da Agência PCJ, Marina Barbosa, “a ação abrange o diagnóstico ambiental de 18 propriedades, realizado com dinheiro da cobrança pelo uso dos recursos hídricos de domínio da União.” A região possui uma grande quantidade de nascentes que abastecem a bacia hidrográfica do rio Corumbataí, afluente do rio Piracicaba, considerado importante fonte de abastecimento público para diversas cidades do interior paulista.

Em outros dois municípios, Charqueada e São Pedro, também em São Paulo, cerca de 20 hectares serão reflorestados pela SOS Mata Atlântica, nas microbacias dos Córregos Boa Vista e Água Branca.

As duas organizações, Agência das Bacias PCJ e Fundação SOS Mata Atlântica, enfatizam que a recuperação, a conservação e a proteção dos mananciais, especialmente aqueles que contribuem para o abastecimento público, são fundamentais para a regulação hídrica e a melhoria da quantidade e da qualidade de água.

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A iniciativa privada também trabalha pela preservação da Mata Atlântica

Mais de 2 milhões de árvores nativas da Mata Atlântica já foram plantadas em outros dois projetos no estado de São Paulo: recomposição no reservatório da Usina Hidrelétrica de Promissão e em propriedades do Santuário Nossa Senhora Aparecida, nos municípios de Aparecida e Taubaté. Desde 2015, 807 hectares já foram reflorestados. Um investimento de quase R$ 50 milhões, financiado por 15 empresas.

Em Promissão, a previsão é plantar 3 milhões de mudas nativas até 2022. O reflorestamento é essencial para assegurar a água necessária para a geração de energia que abastece parte do estado de São Paulo.

Em Aparecida e Taubaté, 248 hectares de propriedades degradadas devem receber 621 mil mudas de árvores nativas até 2021. Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, os locais em recuperação abrigam mananciais de abastecimento com alta vulnerabilidade de reserva de água. “O que gente precisa é da terra, preferencialmente, em APPs (Áreas de Preservação Permanente), porque o pessoal começa a perceber que a água que valoriza a propriedade. O lado econômico fala mais alto”, destaca Mantovani.

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